Dois homens também foram presos. Outras 11 pessoas são procuradas. Força-tarefa afirma que analistas cobravam propina de investigados para reduzir multas.
PF cumpre mandados em novo desdobramento da Lava Jato no RJAgentes da Lava Jato no RJ prenderam nesta quarta-feira (2) um auditor da Receita Federal suspeito de chefiar um esquema de extorsão contra investigados da própria força-tarefa. Outros dois foram presos.
Marco Aurelio Canal, supervisor de Programação da Receita na Lava Jato do Rio, era um dos procurados da Operação Armadeira. A Polícia Federal, com apoio da Receita, tenta prender outras 11 pessoas.
A Lava Jato contou com escutas autorizadas pela Justiça e ações controladas – como adiar o cumprimento de mandados de prisão – para localizar os suspeitos.
Segundo as investigações, o esquema na Receita prosperou à medida que a Lava Jato avançava. A suspeita é que Canal, que tinha acesso a detalhes dos investigados, usava os dados para lhes extorquir dinheiro – em troca de redução ou cancelamento de multas.
Pedidos de prisão preventiva
- Daniel Monteiro Gentil;
- Elizeu da Silva Marinho, preso;
- José Carlos Lavouras;
- Marcial Pereira de Souza;
- Marco Aurelio da Silva Canal, preso;
- Monica da Costa Monteiro Souza;
- Narciso Gonçalves;
- Rildo Alves da Silva;
- Sueli Monteiro Gentil.
Pedidos de prisão temporária
- Alexandre Ferrari Araujo;
- Fabio dos Santos Cury;
- Fernando Barbosa;
- João Batista da Silva;
- Leonidas Pereira Quaresma, preso.
Os 14 mandados de prisão e 39 de busca e apreensão foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal.
Na casa de um dos suspeitos, a PF apreendeu R$ 120 mil em espécie.
Agentes da PF cumprem mandado na operação Lava Jato em endereço Botafogo, na Zona Sul do Rio — Foto: Narayanna Borges / GloboNews
Nova delação e dossiê
A operação desta quarta é baseada em novas delações de Lélis Teixeira, ex-presidente da Fetranspor – a federação das empresas de transporte do estado – e de Ricardo Siqueira. Ambos são réus em fases da Lava Jato.
Lélis afirma que Elizeu Marinho foi o intermediário do pagamento de R$ 4 milhões em propina para Canal. O objetivo era anular uma autuação contra a Fetranspor. Pela negociação, Elizeu receberia R$ 520 mil.
Canal já tinha sido citado no inquérito sobre ofensas a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que tramita na própria corte, como um dos responsáveis por uma apuração feita pela Receita sobre 133 contribuintes, entre os quais o ministro Gilmar Mendes e a mulher dele.
Segundo as investigações, Canal distribuiu esse dossiê a outras pessoas.
No mês passado, o ministro Alexandre de Moraes determinou a suspensão do procedimento de investigação.
Equipe da PF na Estrada da Cachamorra, em Campo Grande — Foto: Diego Haidar/TV Globo
Fonte | G1