Rogério Gallo afirmou em entrevista ao Papo das 6h, novo quadro do Bom Dia MT, que a Fazenda criou um sistema para cruzar informações e evitar compras acima do preço praticado no mercado, mas avaliou as dificuldades, já que o estado não tem pago os fornecedores em dia.

O secretário de Fazenda de Mato Grosso, Rogério Gallo, afirmou nesta segunda-feira (18), em entrevista ao Papo das 6h, novo quadro do Bom Dia Mato Grosso, que compra como a licitada no dia 2 de janeiro deste ano para a compra de colheres de plástico bem acima do preço de mercado, é fruto das contratações descentralizadas no estado, de uma tabela de preço de referência e do fato de o estado ser um “mau pagador”.

Ele explicou que um sistema integrando entre as secretarias será adotado para aquisições de modo coletivo e evitar distorções de um órgão para outro e ainda ter um preço de referência.

“Temos todas essas informações dentro do nosso sistema e passaremos a cruzar as informações, cruzar as notas fiscais das secretarias e conseguimos por meio de inteligência artificial o preço das colheres e não há que se ter diferença do privado para o público”, explicou.

Mas, de acordo com Gallo, o grande problema é que hoje “o estado é um mau pagador” e, com isso, não consegue comprar pelo mesmo preço comercializado no setor privado.

“Muitas vezes o que acontece é que em função das dificuldades que o estado tem hoje acaba comprando mal. O setor público de um modo geral é um péssimo comprador, mas nós vamos introduzir esta modificação em que o preço de referência de largada de uma licitação que os lances não poderão ser superior a ele vai partir dos preços médios encontrados pela Secretaria de Fazendas”, afirmou.

A meta é colocar as contas em dia e pagar os fornecedores no prazo previsto, conforme o secretário. “Por conta da situação financeira, o estado não tem pago bem, e quem paga mal, compra mal também. Temos que nos tornar bons pagadores “, declarou.

O governo aponta um déficit de quase R$ 4 milhões no início da nova gestão.

O governo informou que a licitação foi suspensa depois que o caso foi denunciado pelo Observatório Social, recém-criado no estado.

Colheres vendidas a R$ 1 cada custaram R$ 6 ao estado — Foto: TVCA/ Reprodução

Colheres vendidas a R$ 1 cada custaram R$ 6 ao estado — Foto: TVCA/ Reprodução

A licitação

O pregão eletrônico foi aberto às 13h36 e durou apenas dois minutos. Apenas uma empresa se habilitou para fornecer as colheres de polipropileno, um tipo de plástico, na cor azul com a capacidade para 10 ml.

A empresa que venceu o pregão funciona em uma casa no Bairro Parque Cuiabá.

A proprietária reconheceu que o valor está bem acima dos preços de mercado e tentou justificar. Carla Lopes Coelho, empresária, disse que sempre coloca preço acima por causa dos impostos.

“Do meio do ano passado para cá, estou trabalhando com uma margem mais alta para o estado, porque o estado não está com dinheiro para pagar a gente. Até onde me recordo ninguém pediu para baixar o preço e ficou esse preço”, declarou.

Segundo ela, o estado não a chamou para negociar.

Fonte | G1

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