Um estudo feito por cientistas brasileiros mostra que, se o corpo reagir de forma mais “agressiva” ao novo coronavírus, isso pode indicar que a doença se desenvolverá de forma mais grave. A pesquisa foi publicada na última segunda-feira, 27, na revista científica Nature.

Foram analisados exames de sangue de 113 pacientes que estavam internados diagnosticado com Covid-19. Alguns eram casos moderados, outros graves. A pesquisa foi liderada por cientistas das universidades de Yale e Rockerfeller, nos Estados Unidos.

O que os cientistas descobriram é que, em pacientes com quadros graves, as respostas agressivas continuam ao longo da doença. Tiago Castro, pesquisador de imunologia na Universidade Rockerfeller, que é um dos autores do estudo, afirma que eles observaram fatos inflamatórios, que poderiam indicar uma severidade.

“A pessoa não é um quadro severo, mas pode desenvolver severidade por causa desses fatores exacerbados da inflamação”, explicou ao portal G1.

Outra descoberta importante é que um caso mais grave da Covid-19 não é definido apenas à quantidade de vírus no corpo, mas a uma disfunção da resposta imune.

O estudo ainda mostra que, em alguns pacientes, há excesso de substâncias citocinas, uma substância do sistema imunológico. Isso acontece entre os dias 9 e 12 depois dos primeiros sintomas da doença. O sistema de defesa do corpo tenta combater o vírus, mas o excesso de citocinas fazia uma “tempestade” no corpo e danificava o organismo.

Carolina Lucas, outra autora do estudo e pós-doutoranda em imunologia em Yale, explica que, perto no 9º dia, a análise de sangue de alguns marcadores imunológicos seria suficiente para prever se o paciente terá um quadro clínico mais severo ou se deve começar a melhorar.

Ao G1, Carolina diz que, com essa previsão, antes de o paciente piorar, médicos poderiam dar remédios para controlar a resposta do sistema imune. No entanto, é importante que os medicamentos sejam dados apenas para os pacientes com resposta desregulado, se não, isso poderia inibir a resposta natural do corpo ao coronavírus.

Fonte | Yahoo

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