A perícia realizada na casa de Joana Paula Vieira Rodrigues, 45 anos, que teve o pescoço cortado pelo marido e agonizou até a morte, apontou que não havia presença de uma terceira pessoa no local. Após matar a esposa, José Rodrigues de Oliveira, 42 anos, alegou que teria flagrado a vítima com um amante. O caso ocorreu no dia 24 de fevereiro, em Paranatinga (a 337 quilômetros de Cuiabá).

Embora o Código Penal estipule a pena de reclusão de 12 a 30 anos para o crime de feminicídio, o assassinato de uma mulher pela condição de ser mulher, o homem não ficou preso. O assassinato de uma mulher, entre outros, pode ter motivações como ódio,  desprezo ou o sentimento de perda do controle e da propriedade sobre a vítima, comuns em sociedades marcadas pela associação de papéis discriminatórios ao feminino, como é o caso brasileiro.

Segundo a Polícia Civil, a versão do homem também foi contestada pela família. José Rodrigues teria dito à polícia que não sabia que havia uma pessoa ou se teria visto um vulto. O delegado plantonista que atendeu o caso ouviu o acusado na época. Ele se apresentou espontaneamente na delegacia, razão pela qual a legislação não permite o auto de prisão em flagrante.

Um inquérito policial foi instaurado para as providências necessárias. José responderá em liberdade, por enquanto, já que não há decisão judicial determinando sua prisão. O processo, com o encaminhamento do inquérito policial (assim que concluído), será enviado ao Ministério Público para manifestação.

O caso

Em sua versão registrada em boletim de ocorrência, José relata que estaria trabalhando na colheita de uma fazenda, quando teria sido informado da traição da esposa, que estaria acontecendo naquele momento, na residência onde moravam.

Diante da informação, José alegou que seguiu até a casa e se deparou com um homem correndo. Ele vestia somente roupas íntimas. Quando entrou no quarto, encontrou a esposa sem roupas. José pegou uma faca e deu um golpe na esposa, que ainda tentou se defender, mas sofreu um corte nas mãos.

O marido continuou a golpear a vítima, até que cortou o pescoço dela, que sangrou até a morte. Após o crime, José parou em um estabelecimento perto de casa, onde ligou para a polícia e disse que iria se entregar. O suposto amante nunca foi encontrado.

Fonte | Olhar Direto  Foto | Arquivo

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