O idoso que confessou ter matado a mulher dele há 24 anos em Sinop, a 503 km de Cuiabá, disse à Polícia Civil que decidiu revelar o crime após se sentir arrependido.

Jairo Narciso da Silva, de 64 anos, procurou a delegacia na terça-feira (30) para confessar ter matado e enterrado da mulher. Ele estava acompanhado da atual mulher.

Luzinete Leal Militão de 28 anos, foi morta pelo marido em 1994 em Sinop — Foto: Arquivo pessoal

Ele confessou que em 1994 matou a mulher dele, Luzinete Leal Militão de 28 anos. O suspeito alegou ciúmes porque a mulher gostava de sair à noite.

À época, a vítima tinha um filho de 10 anos de um relacionamento anterior, e um segundo filho de 8 anos, fruto do casamento com o suspeito.

“Perguntamos qual teria sido o motivo dele vir a confessar: ele disse que teria sido consciência pesada. Demorou quase 25 anos para a consciência ficar pesada”, criticou o delegado Ugo Angelo Rech de Mendonça.
Boletim de ocorrência sobre o desaparecimento da mulher, registrado na época do crime — Foto: GC notícias

Boletim de ocorrência sobre o desaparecimento da mulher, registrado na época do crime — Foto: GC notícias

O idoso confessou ao delegado que matou a mulher com uma barra de ferro, quando ela estava deitada em uma cama e depois finalizou asfixiando a vítima até sua morte completa.

“Ele a matou com um golpe de ferro. Ela não tinha morrido e então ele colocou algodão no nariz e na boca dela. Ela tentou puxar o ar e a espancou na cabeça. Possivelmente ela morreu asfixiada”, completou.

Segundo ele, o corpo da mulher foi enterrado no banheiro da casa que estava em obra, junto com documentos pessoais e joias, para simular que ela havia fugido com um amante, argumento este que sustentou todos esses anos junto aos dois filhos.

“Eles estavam construindo uma suíte. Ele colocou umas madeiras, como se fosse um caixão, e colocou o corpo dela com os documentos e pertences”, disse o delegado.

Ainda em depoimento, o suspeito contou que certo tempo depois vendeu o imóvel para uma terceira pessoa. Esse comprador foi identificado e afirmou à Polícia Civil ter comprado a casa dele.

O delegado pediu à Justiça de Mato Grosso uma autorização judicial para escavar o local para tentar encontrar os restos mortais da vítima. Os filhos adultos da vítima ficaram sabendo do caso nesta semana.

O crime

Logo após o crime, o suspeito registrou um boletim de ocorrência para comunicar o desaparecimento da mulher. No documento ele alegou abandono do lar. Na época, os registros eram feitos à mão e, como ainda não havia um campo para ‘comunicante’, o suspeito é identificado como vítima. No caso, seria vítima de abandono.

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Depois que Jairo confessou o assassinato, o delegado conseguiu falar, por telefone, com as irmãs de Luzinete, que moram em uma cidade vizinha, mas elas não prestaram depoimento ainda. Os filhos só ficaram sabendo do homicídio essa semana.

Algum tempo depois do crime, Jairo vendeu a casa. Por essa razão, a polícia aguarda uma decisão da Justiça para escavar o local indicado pelo suspeito, em busca dos restos mortais da vítima.

Ao contrário do que o suspeito imaginava, segundo o delegado, embora o homicídio tenha prescrito, Jairo pode ser indiciado por ocultação de cadáver.

Fonte | G1

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