A psicóloga Ana Streit explica que os pacientes que passam por atendimento psicoterápico têm mais aderência ao tratamento e uma redução nos distúrbios emocionais, causados pela enfermidade

O mês de outubro é marcado pela campanha de conscientização sobre o câncer de mama, com o objetivo de alertar as mulheres sobre a importância da prevenção e o diagnóstico precoce. De acordo com a Cancer Country Profile de 2020, da OMS (Organização Mundial de Saúde), o câncer de mama está entre os tipos da doença com mais incidência no Brasil. E o número de casos novos deve saltar de 85 mil (2018) para 133 mil (2040). Essa é uma doença que acarreta diversas mudanças, físicas e emocionais. Não à toa, desde 2018, o Ministério da Saúde reconhece a necessidade de equipe multidisciplinar, incluindo psicólogos para pacientes em tratamento oncológico em Centros de Alta Complexidade, conforme estabelecido na  Portaria SAES/MS nº 1399, de 2019.

 Segundo a psicóloga Ana Streit um diagnóstico de câncer de mama gera muitas reações assim como pode gerar efeitos traumáticos, para além da própria enfermidade em si. Em alguns casos, a mulher se depara com a possibilidade de perder um seio, de se desconectar de sua feminilidade, e enfrentar a baixa autoestima. “A doença pode trazer muito sofrimento, ansiedade, angústia e também vários estigmas que estão aí juntos com o próprio tratamento da doença e as possíveis repercussões dela. Por isso a importância da psicoterapia, como um espaço onde você pode trabalhar o resgate da sua autoestima, o bem estar emocional, atenuação significativa de quadros depressivos, entre outras questões”, diz

 O trabalho dos psicólogos é importante no tratamento do câncer de mama, em função de ser uma atuação que pode dar suporte para o paciente e, também, para seus familiares. Ana pontua que o diagnóstico chega gerando sofrimento para os filhos, marido ou parceira, para a família como um todo. A própria família lida com os medos que envolvem a doença e para poder ajudar a mulher, assim como manter o bem-estar da família, ter uma resiliência para lidar com os altos e baixos do tratamento, a psicoterapia entra como uma ferramenta de auxílio para todos.

 “Há estudos que comprovam que as pacientes que estão em atendimento psicológico durante o tratamento do câncer de mama têm mais aderência ao tratamento e conseguem reduzir distúrbios emocionais. Vale destacar que o apoio da família e dos amigos é essencial para a melhora física e emocional da paciente, mas a ajuda de um psicólogo faz diferença no acolhimento e enfrentamento das diferentes fases da doença”, finaliza a especialista.

 Sobre Ana Streit:

Ana Streit é psicóloga clínica, Mestre em Psicologia e Saúde pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), e Especialista em Terapia Cognitivo Comportamental pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Além disso, a profissional é professora, supervisora e terapeuta do esquema, já em processo de Certificação Internacional em Terapia do Esquema pela International Schema Therapy Society (ISST). A profissional gaúcha escreve e fala sobre essência e conexões saudáveis no Instagram (@anacstreit) e no Youtube (AnaStreit).

Via | Assessoria Foto | Freepik

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