Quando os filhos saem de casa para viverem suas vidas, a situação costuma deixar os pais com uma sensação de melancolia, perda e abandono. O quadro é tão comum que tem até um nome: síndrome do ninho vazio. “O dia a dia dos pais é normalmente baseado nasnecessidades que os filhos têm, por isso, quando eles partem, a mudança de rotina e a quebra do contato próximo traz problemas de readaptação, que, muitas vezes, não são fáceis de lidar”, explica Filipe Colombini, psicólogo, orientador parental e CEO da Equipe AT. Um misto de orgulho e medo faz parte da mistura de sentimentos que caracteriza o “ninho vazio”, sendo que os sintomas já podem aparecer durante a pré-adolescência do filho, quando os pais costumam perceber os primeiros sinais de independência da criança. “É importante que os adultos se planejem desde cedo para o crescimento dos filhos”, diz o psicólogo. “Ao investir em relações e atividades que não tenham a ver apenas com a parentalidade, à medida que a criança se desenvolve, os pais preenchem as próprias vidas também com outras prioridades e a quebra de rotina vai passar a não ser tão drástica, quando chegar o momento”, conclui o orientador parental. Segundo Colombini, é importante que os adultos procurem descobrir o que mais pode trazer prazer para eles próprios, além da criação do filho. “Abrir espaço para outras atividades além da parentalidade, não significa diminuir a atenção ou o carinho que se tem por um filho”, indica o psicólogo. “O processo passa por identificar a função que se tem no mundo, após cumprir com sucesso a missão de pai ou de mãe”, explica Colombini. Porém, vale mencionar que nem sempre é fácil os pais adaptarem seu cotidiano, já que essa é uma situação que pode envolver sentimentos difíceis de lidar, afetando, às vezes, a relação entre o casal, podendo até contribuir com transtornos psiquiátricos. “Obviamente, existe uma espécie de período de luto, diante do crescimento dos filhos, que os pais precisam lidar dia a dia. Porém, caso a situação traga sentimentos de isolamento ou de extrema tristeza, é fundamental procurar ajuda de um profissional da saúde mental, como um psicólogo ou psiquiatra”, afirma o especialista. Mais sobre Filipe Colombini: psicólogo, fundador e CEO da Equipe AT, empresa com foco em Acompanhamento Terapêutico (AT) e atendimento fora do consultório, que atua em São Paulo (SP) desde 2012. Especialista em orientação parental e atendimento de crianças, jovens e adultos. Especialista em Clínica Analítico-Comportamental. Mestre em Psicologia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP). Professor do Curso de Acompanhamento Terapêutico do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas – Instituto de Psiquiatria Hospital das Clínicas (GREA-IPq-HCFMUSP). Professor e Coordenador acadêmico do Aprimoramento em AT da Equipe AT. Formação em Psicoterapia Baseada em Evidências, Acompanhamento Terapêutico, Terapia Infantil, Desenvolvimento Atípico e Abuso de Substâncias.
Via | Assessoria   Foto | Freepik
Print Friendly, PDF & Email
(Visited 1 times, 1 visits today)