Nos últimos anos, o Observa-MT monitorou e mobilizou sociedade contra os retrocessos de leis e políticas públicas socioambientais
Na contagem regressiva das eleições, candidatos multiplicam propostas e intensificam a interação com a população. Durante essa temporada efervescente, o Observatório Socioambiental de Mato Grosso (Observa-MT) na defesa do voto consciente, realiza a campanha Observa Seu Voto, nas ruas e redes sociais, sugerindo aos eleitores um olhar mais apurado às proposições de candidatos, além de uma checagem atenta das ações do mandato de quem busca a reeleição.
Com forte atuação na defesa das pautas socioambientais e monitoramento das ações do Legislativo estadual, da bancada mato-grossense no Congresso Nacional e Executivos estadual e federal, o Observa-MT defende que para fazer boa escolha, é preciso levar em consideração o que é melhor para a coletividade, principalmente, quanto às pautas ambientais.
Nos últimos anos, o Observa-MT acompanhou de perto a casa legislativa e a atuação do executivo estadual e, junto a outras organizações, se mobilizou contra os retrocessos socioambientais. Assim, a campanha também conta com um Balanço da Agenda Socioambiental de Mato Grosso. Ele está disponível no link “biblioteca” do site www.observamt.org.br e também pode ser acessado via QR Code disponível nas placas de outdoor espalhadas pelas ruas de Cuiabá.
São apresentados dados e acontecimentos dos anos recentes, evidenciando o alcance das políticas públicas e os retrocessos pautados pelo Legislativo e pelo Executivo na área ambiental. As taxas crescentes de desmatamento na Amazônia mato-grossense, o aumento dos incêndios florestais, a morosidade na implementação do Código Florestal, as ameaças às áreas protegidas e a dificuldade de se avançar numa produção agropecuária sustentável foram os desafios vivenciados em nível estadual nesse período.
Além das ameaças de fragilização da legislação ambiental que tramitam no Congresso Nacional, como o PL da Grilagem e o PL do Licenciamento Ambiental, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso também votou e aprovou projetos que trazem riscos ao meio ambiente e às populações cujos modos de vida dependem dos recursos naturais.
Equilíbrio ambiental
Segundo a consultora Jurídica e de Articulação do Observa-MT, Edilene Amaral, a campanha convoca o eleitorado a olhar para candidaturas que considerem a necessidade do equilíbrio ambiental.
“Além de monitorar as políticas públicas para o meio ambiente, o Observa-MT foca na interlocução com a sociedade, alertando sobre retrocessos, celebrando boas iniciativas e engajando a sociedade na discussão. Defendemos uma atuação política que seja sensível às causas ambientais e à produção sustentável, ecologicamente responsável. É possível que o desenvolvimento econômico seja crescente ao tempo em que harmoniza com a natureza. Isso não quer dizer que o Estado vai perder receita”, explica.
Ela destaca que o crescimento econômico desenfreado, sem levar em conta impactos ambientais – que também refletem na vida da população – pode trazer, inclusive, prejuízos econômicos. “O modelo de produção e exploração desmedidos, causam desequilíbrio ambiental e um descontrole social muito grave. Se nossa única via for um modelo de desenvolvimento econômico baseado na monocultura e concentração de grandes porções de terra e riqueza, fatalmente haverá desigualdade social”, diz Edilene.
Então, é preciso equalizar. “Mantendo a legislação e as garantias constitucionais que são importantes para a democracia e preservação ambiental, numa relação de responsabilidade não só com nossas vidas, mas também com a das futuras gerações. É preciso pensar: ‘por que estou votando nesse candidato? Ele de fato se interessa pela coletividade, ou direciona sua preocupação a apenas um único setor?.”
É por isso que convoca a campanha: “observa a/o candidata/o em quem você vai votar”.
O Observa-MT é formado por uma rede de organizações composta pelo Instituto Centro de Vida (ICV), Federação dos Povos Indígenas de Mato Grosso (Fepoimt), Operação Amazônia Nativa (Opan) e Uma Gota no Oceano e tem ainda o apoio do Fórum Mato-Grossense do Meio Ambiente e Desenvolvimento (Formad-MT). A rede defende que a pauta socioambiental deve estar na ordem do dia, seja no âmbito municipal, estadual ou federal.
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