Doença cardiovascular em mulheres também merece atenção no mês de prevenção do câncer de mama

Doença cardiovascular em mulheres também merece atenção no mês de prevenção do câncer de mama
Especialista alerta: infarto do miocárdio e o derrame cerebral matam cerca de 10 a 15 vezes mais as mulheres Estamos no “Outubro Rosa” em Campanha Internacional para o alerta sobre a Prevenção do Câncer de Mama. O câncer mais frequente entre as mulheres. Os dados do Ministério da Saúde mostram que as taxas de morte pelo câncer de mama estão reduzindo nos últimos anos, e que o Brasil apresenta índices de mortalidade entre os mais baixos do mundo ao lado de países desenvolvidos. Isso significa que a Campanha Outubro Rosa vem trazendo resultados positivos.
Porém, neste mês em que todas as atenções estão voltadas para à prevenção do câncer de mama, especialistas alertam para a gravidade da doença cardiovascular em mulheres. “Muitos desconhecem, mas o infarto do miocárdio e o derrame cerebral matam cerca de 10 a 15 vezes mais mulheres do que o câncer de mama”, avalia o cardiologista, diretor do InCor (Instituto do Coração) e Hospital Sírio Libanês, Roberto Kalil. O estudo publicado em 2020 mostrou que o Infarto do Miocárdio e o Acidente Vascular Cerebral são as principais causas de morte em mulheres no Brasil, e que o nosso país ocupa a sexta posição no ranking mundial de taxas de mortalidade por infarto e Acidente Vascular Cerebral em mulheres, contabilizando 205 mortes por 100.000 habitantes. Nesse cenário a Organização Mundial da Saúde reforça que a doença é responsável por um terço dos óbitos de mulheres em todo mundo, o que equivale a quase 8,5 milhões de óbitos por ano. Um dos grandes desafios para mudar essa realidade é que as mulheres não reconhecem que a Doença Cardiovascular é maior causa de morte entre elas. Dados de uma pesquisa informal entre as mulheres, mostraram que quase 60% delas acreditam que vão morrer de câncer e somente 18% do coração. Há um mito que infarto do miocárdio é a doença dos homens, alerta o Dr Kalil. O doutor explica, ainda, que modificações hormonais após a menopausa, tornam as mulheres mais expostas ao infarto do miocárdio, e tão suscetíveis quanto aos homens. No entanto, elas morrem mais. Uma das explicações para esse fato é que, os homens tendem a se prevenir mais contra as doenças cardiovasculares do que as mulheres. Por mais esta razão, a falta de prevenção faz as mulheres serem vítimas de infartos mais graves”, explica. Nesse sentido o Dr Kalil alerta para as mudanças no estilo de vida tais como evitar o tabagismo, sedentarismo e a obesidade e recomenda que a avaliação cardiológica periódica, deva ser incluída nos exames da rotina feminina, como o Papanicolau e a mamografia, principalmente naquelas mulheres diabéticas, hipertensas e que tenham colesterol alto.
Via | Roberto Kalil é presidente do Conselho Diretor do Instituto do Coração (InCor/HCFMUSP) e diretor do Centro de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês.

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