O alto número de indígenas mortos e infectados pela Covid-19 no Brasil tem chamado atenção de brasileiros e da comunidade internacional. Mato Grosso é um dos estados com significativa população de diferentes etnias e, diante da urgência de se discutir sobre a condições de prevenção de uma população tão vulnerável ao novo coronavírus, a Agência Experimental de Comunicação TOCA, da Universidade Federal de Mato Grosso, realiza uma live sobre saúde da população indígena no dia 23/09, às 14h, com a pesquisadora Silvia Ângela Gugelmin.

A quarta convidada da ação “Ciência Fora da Toca”, é nutricionista e doutora em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz e realiza pesquisas sobre saúde e nível de contaminação por agrotóxicos da Terra Indígena Marãiwatsédé, em Mato Grosso. Além disso, faz parte do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da UFMT, atuando na implantação da linha de pesquisa em saúde indígena desde 2012. Para Gugelmin, “a maior parte dos estudos tem evidenciado que essas condições [de acesso à saúde] são piores que as descritas pelas populações não-indígenas, pelos brancos. Essas condições acabam amplificando a disseminação da Covid”.

A pesquisadora ressalta que quadros de desnutrição e diarreia, modos de vida que envolvem moradias coletivas e compartilhamento de utensílios, além de a imunidade das crianças ser afetada por essas doenças, são elementos que potencializam o efeito da contaminação durante a pandemia. Ela destaca que há número insuficiente de equipes que atuam junto aos povos indígenas, além da falta estrutura física no estado.

“Conhecer as condições de saúde da população indígena acaba sendo fundamental para a realização de ações de saúde e prevenção de doenças, ao mesmo tempo, essas informações podem fomentar o planejamento de outras ações, por exemplo movimentos sociais que podem promover novas pautas para as instâncias governamentais, seja o Conselho Distrital ou Nacional de Saúde. Com isso, podemos discutir e propor novas políticas de saúde para essa população”, explica a pesquisadora sobre a importância de analisar e conhecer mais sobre o assunto.

A live será transmitida na rede social Instagram através do perfil @toca_ufmt, com interação e envio de perguntas do público à convidada. A ação ofertará certificados a todas as pessoas que se inscreverem no formulário online até o dia da transmissão. O “Ciência Fora da Toca” visa a divulgação de conhecimento científico e acadêmico por meio de lives quinzenais no Instagram mediadas por membros da Agência TOCA.

Fonte | Assessoria

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