· Ações de combate à COVID-19 já beneficiaram 171 mil empresas que empregam 5,2 milhões de pessoas – 99,7% delas de micro, pequeno ou médio porte
· Operações entre janeiro e junho foram responsáveis pela geração e manutenção de outros 367,6 mil empregos
· Carteira de desestatização fecha primeira metade de 2020 com 74 projetos e perspectiva de R$ 172 bilhões em investimentos
No trimestre, os resultados foram afetados pelo cenário de crise, levando a um resultado recorrente, que exclui a volatilidade da carteira de renda variável e os ajustes na provisão para risco de crédito, de R$ 1,32 bilhão e um prejuízo contábil de R$ 582 milhões. O prejuízo foi motivado por ajustes negativos de equivalência patrimonial em empresas investidas e por provisionamentos para risco de crédito visando a cobertura de eventuais perdas decorrentes do cenário de pandemia da COVID-19. Já no semestre, o lucro recorrente foi de R$ 3,77 bilhões.
O resultado com a intermediação financeira no primeiro semestre foi de R$ 7,1 bilhões, uma queda de 11% em relação ao mesmo período do ano passado refletindo a diminuição da carteira de crédito e repasses e queda da taxa SELIC, que remunera nossas disponibilidades.
As vendas de participações societárias no semestre contribuíram positivamente em R$ 8,0 bilhões para o resultado do BNDES, com destaque para a oferta pública de ações da Petrobras, em fevereiro.
O BNDES registrou despesa com equivalência patrimonial no semestre de R$ 1,29 bilhão, influenciada principalmente pelo prejuízo registrado pela JBS. Vale destacar que, a despeito desse resultado negativo, a JBS contribuiu positivamente para o patrimônio do BNDES pelo registro de ganhos cambiais com controladas no exterior diretamente em seu patrimônio líquido.
As despesas administrativas e com pessoal caíram 8,3%, de R$ 1.214 milhões no primeiro semestre de 2019 para R$ 1.113 milhões no primeiro semestre de 2020.
A carteira de operações de crédito e repasses, líquida de provisão, totalizou R$ 444,3 bilhões, mesmo patamar do trimestre anterior, e representava 59,4% dos ativos totais em 30 de junho de 2020. A carteira de crédito expandida do Banco chegou a R$ 457,6 bilhões.
A inadimplência superior a 90 dias apresentou queda no semestre, passando de 0,84% em 31 de dezembro de 2019 para 0,46% em 30 de junho de 2020, abaixo da inadimplência média do SFN (2,88%).
O índice de renegociação atingiu 37,99% em 30 de junho de 2020, fortemente impactado pelas renegociações no âmbito do Standstill COVID-19. Esta medida, que possibilitou a suspensão do pagamento de juros e principal por um período de seis meses, beneficiou R$ 1 a cada R$ 3 da carteira de crédito do BNDES.
No segundo trimestre, quando a crise se instalou, o número de contratações foi de R$ 20,7 bilhões, isto é, 129% acima do mesmo período de 2019.
A carteira de participações societárias totalizou R$ 77,3 bilhões em 30 de junho de 2020. A posição representa um decréscimo de 32,4% no semestre, em função de vendas (R$ 23,8 bilhões), especialmente de Petrobras, e da desvalorização dos investimentos em não coligadas (R$ 13,3 bilhões), destacando Petrobras, Eletrobras e Vale.
Fontes de recursos – Em 30 de junho de 2020, o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e o Tesouro Nacional representavam 40,6% e 28,2%, respectivamente, das fontes de recursos do BNDES.
O valor devido pelo BNDES ao Tesouro Nacional atingiu R$ 211,1 bilhões em 30 de junho de 2020, um aumento de 5,7% em relação a 31 de dezembro de 2019, decorrente do ingresso de recursos do Tesouro Nacional no âmbito do PESE. Os pagamentos ordinários ao Tesouro totalizaram R$ 7,6 bilhões e não houve liquidações antecipadas no semestre.
O passivo com captações externas totalizou R$ 37,8 bilhões em 30 de junho de 2020 (acréscimo de 31,4% no semestre, em função, principalmente, de efeito cambial).
Limites prudenciais – Base para o cálculo dos limites prudenciais estabelecidos pelo Banco Central, o Patrimônio de Referência totalizou R$ 180,3 bilhões em 30 de junho de 2020 (ante R$ 191,7 bilhões em 31 de dezembro de 2019). O Índice de Basileia manteve-se em situação confortável, passando de 36,8% ao final de dezembro de 2019 para 37,0% em junho de 2020, acima dos 9,25% exigidos pelo Banco Central.
Eventos Subsequentes – Algumas iniciativas de julho e agosto terão impacto nos balanços futuros do Banco, principalmente a devolução de recursos não repassados da primeira versão do PESE (R$ 13,22 bilhões), o leilão de ações da Vale no valor de R$ 8,14 bilhões e a alienação de 73,8 milhões de units de emissão da AES Tietê Energia S/A de propriedade da BNDESPAR.
As demonstrações financeiras completas do BNDES e de suas subsidiárias estarão disponíveis ao término da apresentação de resultados no Portal de Relações com Investidores do BNDES na internet (www.bndes.gov.br/wps/portal/
– A linha de capital de giro para micro, pequenas e médias empresas superou a previsão inicial de R$ 5 bilhões e já aprovou R$ 6,4 bilhões, apoiando um total de 19,6 mil empresas.
– Está em curso a seleção de fundos de crédito a MPMEs por canais alternativos (como fintechs ou sistemas de pagamento digital), ampliando o acesso aos financiamentos. O BNDES aportará até R$ 4 bilhões no total.
– Em maio o BNDES concluiu a transferência de R$ 20 bilhões do fundo PIS/Pasep para o FGTS, possibilitando saques extraordinários dos trabalhadores.
– O PESE já viabilizou o pagamento de salários de funcionários de 114 mil empresas.
– A suspensão de pagamentos de financiamentos totalizou R$ 12,4 bilhões, beneficiando 28,5 mil MPMEs e 430 empresas grandes.
– Com um orçamento de R$ 4 bilhões, as ações emergenciais voltadas ao setor público somaram R$ 3,9 bilhões em suspensões de pagamentos. Além disso, o BNDES acelerou liberações de financiamentos contratados por Estados no total de R$ 455 milhões.
– Juntamente com outras 15 instituições financeiras, o BNDES disponibilizou R$ 14,84 bilhões líquidos para financiamento ao setor elétrico, de forma a evitar um aumento imediato das tarifas.
– O BNDES e o Ministério da Economia ofereceram garantias a 8,5 mil empresas por meio do Programa Emergencial de Acesso ao Crédito, totalizando R$ 8,8 bilhões.
– O Matchfunding Salvando Vidas, ação de financiamento coletivo que arrecadou R$ 70,6 milhões (metade desse valor aportado pelo BNDES) para compra de materiais, insumos e equipamentos para Santas Casas e hospitais filantrópicos.
– As aprovações do Programa de Apoio Emergencial ao Combate da Pandemia do Coronavírus totalizaram R$ 293 milhões para aquisição de equipamentos utilizados em UTIs e kits de diagnósticos.
– A partir de discussão do Governo com o Congresso Nacional, estão em estruturação mais ações emergenciais, entre as quais a ampliação do PESE para empresas com faturamento anual superior a R$ 10 milhões, e a disponibilização de R$ 10 bilhões para concessão de crédito para micro e pequenas empresas por meio de operadores de máquina de pagamento eletrônico.
O acompanhamento das medidas emergenciais de combate aos efeitos da crise provocada pela pandemia pode ser feito por meio da página do banco na internet, no site www.bndes.gov.br/wps/portal/
Plano Trienal e Banco de Serviços – Em paralelo às ações emergenciais, o BNDES trabalha para cumprir as metas estabelecidas em seu Plano Trienal 2020-2022. Os principais destaques do primeiro semestre foram os setores de saúde, com a construção/modernização de unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) em 25 das 27 unidades da federação; de energia, viabilizando a geração de 0,42 GW, o suficiente para atender a mais de 980 mil domicílios; e de logística, com a realização de leilão de 1,3 mil km de rodovias em São Paulo. Entre janeiro e junho de 2020, desembolsos do BNDES para a implantação de investimentos fixos garantiram 367,6 mil empregos.
O BNDES encerrou o primeiro semestre com mandatos de 74 projetos de desestatização (sendo 31 federais, 30 estaduais e 13 municipais) que devem gerar investimentos da ordem de R$ 172 bilhões. Algumas ações, como as PPPs de iluminação pública de Porto Alegre e Teresina já foram contratadas. No caso do saneamento básico, a expectativa é que sejam realizados três leilões ainda neste ano (Rio de Janeiro, Alagoas e Cariacica) e pelo menos cinco em 2021 (Amapá, Acre, Rio Grande do Sul, Porto Alegre e Ceará). Considerando-se também o projeto de Minas Gerais (ainda sem data de leilão prevista), essas ações devem beneficiar 36 milhões de pessoas e viabilizar R$ 55 bilhões em investimentos.
Fonte | Assessoria BNDES