Um estudo do Department of Biomedical Sciences da New York Institute of Technology aponta para uma nova explicação de porque a covid-19, resultado da infecção por coronavírus, se espalha mais rapidamente em alguns países e menos em outros.

Segundo o estudo publicado neste final de semana, na revista científica  Merxiv  , a explicação destas diferenças está ligada  à diferentes políticas nacionais relacionadas à vacinação infantil Bacillus Calmette-Guerin.

A vacina BCG, usada contra tuberculose, protege o organismo contra uma grande variedade de doenças pulmonares.

“Descobrimos que países sem políticas universais de vacinação BCG, como Itália, Holanda e Estados Unidos, foram mais severamente afetados em comparação com países com políticas universais e antigas de BCG”, observaram os pesquisadores liderados por Gonzalo Otazu, professor assistente de ciências biomédicas na NYIT.

A publicação  observou que pesquisadores australianos anunciaram recentemente planos para acelerar testes em larga escala para verificar se a vacina BCG pode proteger os profissionais de saúde contra o coronavírus.

Quando os casos de tuberculose caíram no final do século 20, vários países de alta renda da Europa abandonaram suas políticas universais de BCG entre 1963 e 2010.

Países mais e menos afetados

Os cientistas compararam países que tem vacinação obrigatória de BCG contra países que não tem.

Os países mais afetados não tem vacinação obrigatório: China, Italia, EUA, Holanda, França, Espanha, etc.

Os países menos afetados são os que tem vacinação obrigatória, como o Brasil.

O Brasil tem um dos maiores índices mundiais de cobertura da vacinação, beirando os 100% da população.

E tem uma das mais baixas incidências de coronavirus entre os países ricos ou em desenvolvimento, em torno de 0,0573 mortes por milhão de habitantes.

Enquanto os EUA registraram quase 1,90,000 casos com mais de 4,000 mortes, a Itália tem 1,05,000 casos e mais de 12,000 fatalidades.

A Holanda registrou mais de 12,000 casos da doença e mais de 1,000 mortes.

Como uma das vacinas mais usadas no mundo, a vacina BCG existe há quase um século e tem se mostrado uma ferramenta eficaz na prevenção da meningite e da TB disseminada em crianças, disseram os pesquisadores dos EUA.

Acredita-se também que a inoculação ofereça proteção abrangente contra infecções respiratórias, que apresentam sintomas semelhantes aos do COVID-19, disseram eles.

Vacinação BCG

A equipe comparou as políticas de vacinação BCG de vários países com sua morbimortalidade COVID-19 e encontrou uma “correlação positiva significativa” entre o ano em que as políticas universais de vacinação BCG foram adotadas e a taxa de mortalidade do país.

Em outras palavras, quanto mais cedo uma política fosse estabelecida, maior a probabilidade de uma parcela significativa da população, principalmente os idosos, ser protegida, disseram os pesquisadores.

O Irã, por exemplo, que possui uma política atual de vacinação universal contra o BCG, iniciada em 1984, tem uma taxa de mortalidade elevada, com 19,7 mortes por milhão de habitantes, disseram eles.

Por outro lado, o Japão, que iniciou sua política universal de BCG em 1947, tem aproximadamente 100 vezes menos mortes por milhão de pessoas, com 0,28 mortes, segundo o estudo.

Os pesquisadores observaram que, entre os 180 países com dados do BCG disponíveis hoje, 157 países atualmente recomendam a vacinação universal ao BCG.

Os 23 países restantes interromperam a vacinação com BCG devido a uma redução na incidência de TB ou tradicionalmente favorecem a vacinação seletiva de grupos “em risco”, disseram eles.

Fonte | Só Notícia Boa com Merxiv Fonte | Pixabay

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