– A família não teve oportunidade de colaborar com a investigação da Polícia Civil, então quer colaborar com a instrução criminal (do processo). Aguardamos também a conclusão desse segundo inquérito para novamente pedirmos para atuar como assistentes de acusação. A família acredita que Flordelis foi mandante do crime, conforme depoimentos prestados pelos próprios filhos dela, e que será indiciada – afirma o advogado.
Ao menos quatro filhos de Flordelis prestaram depoimentos nos quais afirmaram acreditar na participação da deputada federal no crime. Um deles, Wagner Andrade Pimenta, conhecido como Misael, disse que a mãe foi a “mentora intelectual” do assassinato. Há ainda relatos dos filhos acusando Flordelis de tentar envenenar Anderson. Em seu depoimento à polícia, a mãe do pastor, Maria Edna, também disse que Flordelis está envolvida no crime.
O assistente de acusação atua, por meio de seu advogado, auxiliando o MP no processo criminal. Entre as ações possíveis está o pedido de proução de provas, solicitar realização de perícia e elaborar perguntas para serem feitas às testemunhas.
Dois filhos de Flordelis – Flávio dos Santos Rodrigues e Lucas Cezar dos Santos de Souza – são acusados da morte de Anderson. Em seu depoimento, Edna afirmou que acredita não só na participação de Flordelis, mas também de Flávio, Simone (filha da deputada) e de Lorraine (filha de Simone) na morte de Anderson. De acordo com o relato, um dos filhos de Flordelis contou a Edna que a pastora determinava que remédios fossem colocados na comida de Anderson e havia reuniões na casa da família para sondar como o pastor poderia ser morto, já que o medicamento não estava fazendo o efeito esperado.
Na entrevista concedida por Flordelis à imprensa no dia 25 de junho, a deputada federal foi questionada sobre o fato de Maria Edna ter contratado um advogado para acompanhar as investigações da morte de Anderson, o que ocorreu poucos dias após o crime. Na ocasião, ela alegou desconhecer o fato e afirmou que mantinha um bom relacionamento com a sogra.
– Eu e minha sogra temos uma afinidade muito grande. Não acredito que minha sofra tomaria essa atitude sem falar nada comigo – afirmou.
Em entrevista ao EXTRA no dia 21 de julho, Maria Edna afirmou que não foi procurada por Flordelis após o crime.
– Estou magoada e muito chateada. Ajudei demais essa mulher (Flordelis) quando ainda vivíamos no Jacarezinho. Agora, ela não me ofereceu ajuda nenhuma. Não se preocupou comigo. Acabaram com a minha vida, tiraram meu filho de mim. Foi um baque muito forte. Meu coração está partido. Quero Justiça – afirmou ela à época.
Sobre o caso, a assessoria da deputada Flordelis enviou a seguinte nota: “A deputada está cansada desse comportamento oportunista de gente que usa a dor dela para se autopromover. Ao final, quando restar provada a inocência dela, essas pessoas serão chamadas a responder pelas opiniões e acusações”.
O pastor Anderson do Carmo foi morto a tiros na madrugada do dia 16 de junho, dentro da casa da família, em Pendotiba, Niterói. Dois meses após o crime, a DH de Niterói concluiu a primeira fase das investigações e indiciou dois filhos de Flordelis – Flávio dos Santos e Lucas Cézar dos Santos – pelo crime. A delegacia abriu outra investigação para continuar apurando o envolvimento de outras pessoas no crime, entre elas Flordelis.
Fonte | Extra