A advogada nomeada para representar a família da universitária Natália Costa, encontrada morta no Lago Paranoá, em Brasília, na segunda-feira (1º), afirma que a jovem e Wendel Yuri de Souza Caldas, última pessoa vista com Natália, já tinham sido namorados. Segundo Juliana Porcaro, eles haviam terminado o relacionamento cerca de uma semana antes da morte da jovem.

Durante uma entrevista coletiva, nesta sexta-feira (5), a advogada disse que a prova do namoro entre os dois é o depoimento da família. Edivânia Ribeiro dos Santos, mãe de Natália, acompanhou a entrevista e confirmou o relacionamento entre a filha e o estudante que mora na Asa Norte.

“Ela tinha me falado sim que estava namorando um rapaz novo, que morava na Asa Norte e fazia curso de polícia.”
Wendel Caldas, que estava com Natália Costa em clube do DF, chegou algemado na delegacia, nessa segunda-feira — Foto: TV Globo/Reprodução

Wendel Caldas, que estava com Natália Costa em clube do DF, chegou algemado na delegacia, nessa segunda-feira — Foto: TV Globo/Reprodução

Ela não estava bêbada, afirma advogada

Edivânia falou ainda que dias antes da morte de Natália comentou que havia terminado o relacionamento. “Uma semana antes ela me falou que tinha terminado porque eles não combinavam”, declarou a mãe da universitária.

A advogada Juliana Porcaro diz que não acredita na hipótese de afogamento simples. Segundo ela, o fato de Natália saber nadar e as marcas no corpo atestam que houve um feminicídio.

Segundo a advogada, uma gravação feita momentos antes do afogamento atestam a versão de que a jovem não estava bêbada ou alterada.

“A Natália enviou uma gravação para a mãe quando ela ainda estava no clube. A voz dela não indica que ela estava embriagada.”
Tio de Natália, Célio Ribeiro (à esquerda), advogada da família, Juliana Porcaro (centro), e mãe da Natália, Edivânia Ribeiro (à direita) — Foto: Daumildo Júnior/G1

Tio de Natália, Célio Ribeiro (à esquerda), advogada da família, Juliana Porcaro (centro), e mãe da Natália, Edivânia Ribeiro (à direita) — Foto: Daumildo Júnior/G1

Natália sabia nadar

A mãe de Natália disse durante a semana que o corpo da filha tinha mordidas e arranhões. Edivânia não acredita em afogamento.

“A minha filha sabia nadar. A minha filha era acostumada ir para as praias, Rio de Janeiro, cachoeiras, ela sabia nadar.”

Segundo a mãe, a jovem – que era estudante de letras na Universidade Paulista (UNIP) – “tinha muitos sonhos” e se formaria em dois anos.

Universitária Natália Costa, encontrada morta no Lago Paranoá, foi enterrada nesta quarta-feira no Cemitério Campo da Esperança, em Brasília — Foto: Daumildo Júnior/G1

Universitária Natália Costa, encontrada morta no Lago Paranoá, foi enterrada nesta quarta-feira no Cemitério Campo da Esperança, em Brasília — Foto: Daumildo Júnior/G1

O que disse Wendel

À polícia do Distrito Federal, Wendel contou – em um primeiro depoimento – que não conhecia Natália. O jovem que tem 19 anos, mesma idade da vítima, disse aos agentes que a universitária tinha ido sozinha para o lago e “sumiu do campo de visão dele”.

As informações, no entanto, contradizem as imagens do circuito interno de segurança do clube onde os dois estavam reunidos no último domingo (31) – quando a jovem desapareceu. Imagens de uma câmera da Marinha mostram que Wendel e Natália entraram juntos na água e permaneceram por cerca de nove minutos no local.

O rapaz foi chamado uma segunda vez à delegacia na última quarta-feira (3) e liberado. O defensor público que acompanha Wendel, Carlos André Praxedes, disse que seu cliente não se lembrava do que tinha acontecido, porque estava “bêbado demais”.

“Ele tem poucas lembranças e recordações pelo nível de alcoolismo que ele se encontrava, embriaguez”.

De acordo com o defensor, Wendel está fora de Brasília. O rapaz fez exames no Instituto Médico Legal (IML) porque está com uma mordida no braço e, segundo a polícia, com machucados em uma das mãos. A Polícia Civil diz que continua a investigação.

Fonte | G1

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