O Superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Mato Grosso, afilhado político do PSDB e ex-vereador de Rondonópolis, Aristóteles Cadidé, foi dispensado pelo ministro da Justiça Sérgio Moro. A exoneração dele saiu no Diário da União na manhã desta sexta (1). Cadidé assumiu o órgão no inicio de julho de 2017 e, na época, circulou nos bastidores que foi indicado ao cargo pelo senador Cidinho Santos (PR) com aval da bancada de Mato Grosso no Congresso Nacional. Cidinho encerra o mandato nesta sexta, com a posse dos eleitos. Na época, Cadidé nega ingerência política em sua indicação.

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Trecho do Diário da União em que consta exoneração do superintendente

Cadidé substituiu Arthur Nogueira na Superintendência da PRF. Deixou o cargo em maio alegando pressão política para afastá-lo da função. Meses depois, se candidatou ao governo do Estado e perdeu as eleições.

Cadidé assumiu o posto em meio à polemica de redução do Orçamento da PRF, que obrigava a entidade a diminuir as atividades de policiamento das estradas federais no Estado. Quando assumiu a corporação, garantiu que os efeitos dos cortes seriam minimizados, não foi o que aconteceu.

Durante esse período, apurou-se que o helicóptero que auxiliava no monitoramento e resgate de vítimas foi recolhido e está em Brasília. O patrulhamento com viaturas foi reduzido, e Mato Grosso perdeu pelo menos 60 policiais para outras regionais. O quando ainda não foi reposto.

Por conta disso, a base na Serra de São Vicente ficou boa parte fechada por ausência de policiais. O scanner – equipamento para acompanhar a velocidade nas rodovias – que custou cerca de meio milhão de reais, não foi utilizado.  As ações de educação para o trânsito foram reduzidas em 50%.

Em um ano e sete meses de gestão, quando o assunto é obras, somente foi entregue a cobertura de pista na base em Rondonópolis com recurso de verbas do Ministério Público, oriundo da fiscalização de transporte de madeiras. Cerca de R$ 200 milhões são disponibilizados pelo Departamento de Policia Rodoviária Federal às regionais. Nenhuma reforma de postos teria sido feita com o dinheiro. As últimas reformas efetivas foram feitas em 2015 e 2016.

Nenhum novo superintendente foi designado ao cargo. Além de Cadidé, Moro exonerou também os superintendentes do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Piauí e Paraíba.

Outro lado

O inspetor Aristóteles Cadidé explica que, quando assumiu a função, o helicóptero já não pertencia à Superintendência em Mato Grosso pois foi disponibilizado para Brasília na gestão anterior.

Ele também afirma que a regional não perdeu agentes por atos discricionários da gestão. “Os policiais que deixaram a superintendência assim o fizeram por meio de concurso interno de remoção e do processo de caça talentos do Departamento”, diz.

Quanto ao scanner, o inspetor diz que quando assumiu a função já encontrou o aparelho inoperante, estado em que se encontrava há 1 ano, e foi providenciado o conserto do equipamento que hoje vem auxiliando as fiscalizações no trecho da Delegacia de Rondonópolis.

Fonte | RD News

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