Estudante autista passa em 1º lugar em Medicina em universidade federal goiana

O jovem, que foi diagnosticado com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) quando tinha 12 anos, tem o sonho de se tornar neurologista para levar um atendimento humanizado e respeitoso a pessoas autistas e com outros transtornos mentais. Para isso, ele deseja abrir uma clínica especializada após a conclusão do curso e especialização em Neurologia. Em entrevista ao portal Ecoa, Elizeu disse que sempre gostou de Ciências Biológicas, sendo fascinado pelas áreas de biologia e química desde a época da escola. Com o passar do tempo, percebeu que seu caminho era mesmo estudar Medicina. “Sempre me lembro do médico que me diagnosticou. Por causa daquele atendimento, decidi em 2021 prestar vestibular para medicina. Estudei oito horas por dia durante a semana, revisei muitas matérias, resolvi questões. E nos fins de semana fiz simulados e redações”, explicou. O jovem nasceu no estado de Rondônia, mas vai estudar no sudoeste de Goiás, na Universidade Federal de Jataí, criada em 2018. Ele sempre estudou em escolas públicas, época em que começou a nutrir o desejo de ajudar pessoas autistas para que elas não passem pelas mesmas dificuldades que passou. Para Elizeu, tudo começa pelo diagnóstico e acompanhamento correto do autismo. Isso porque o diagnóstico precoce do transtorno combate, desde já, problemas de interação social, ansiedade e timidez – traços da personalidade que as pessoas no espectro autista enfrentam, mas que podem ser trabalhadas com o devido suporte. “Somos capazes de realizar qualquer um dos sonhos que tivermos. Tudo é dedicação e esforço. A gente só precisa acreditar no nosso potencial”, afirmou o futuro médico e neurologista ao site Deficiente Ciente. Elizeu deve começar o curso de Medicina na Universidade Federal de Jataí no meio do ano, quando se mudará para a cidade de cem mil habitantes com os pais.

Via | Razões para acreditar  Foto | Arquivo pessoal