O deputado Arthur Lira (PP-AL), líder do Centrão, será o novo presidente da Câmara Federal pelos próximos dois anos. Apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, Lira recebeu 302 votos, contra 145 de seu principal concorrente, o deputado Baleia Rossi (MDB-SP), lançado por Rodrigo Maia (DEM-RJ), então presidente da Casa. Votaram 505 dos 513 deputados.

Além do apoio do Palácio do Planalto, Lira conseguiu ampliar sua base na reta final da eleição. Entre as principais conquistas de sua campanha estão os apoios do PSD, do PSL, que mudou de lado dias antes da eleição, e um racha no partido de Maia, o DEM. Em discurso no início da sessão, o deputado alagoano prometeu dar voz a todos os colegas da Casa.

Disputaram a eleição outros seis deputados: Marcel van Hatten (Novo-RS) e Luiza Erundina (Psol-SP), pelos partidos, e os candidatos independentes André Janones (Avante-MG), General Petternelli (PSL-SP), Fábio Ramalho (MDB-MG) e Kim Kataguiri (DEM-SP).

Veja quantos votos obteve cada um dos candidatos:

Arthur Lira (PP-AL): 302 Baleia Rossi (MDB-SP): 145 Fábio Ramalho (MDB-MG): 21 Luiza Erundina (PSOL-SP): 16 Marcel van Hatten (Novo-RS):13 André Janones (Avante-MG): 3 Kim Kataguiri (DEM-SP): 2 General Petternelli (PSL-SP): 1 Brancos: 2

Veja os placares das últimas eleições a presidente da Câmara:

2019

Rodrigo Maia (DEM-RJ) – 334  votos Fábio Ramalho (MDB-MG) – 66 votos Marcelo Freixo (PSOL-RJ) – 50 votos JHC (PSB-AL) – 30 votos Marcel Van Hattem (Novo-RS) – 23 votos Ricardo Barros (PP-PR) – 4 votos General Petterneli (PSL-SP) – 2 votos Brancos – 3 votos

2017

Rodrigo Maia (DEM-RJ) – 293 votos Jovair Arantes (PTB-GO) – 105 votos André Figueiredo (PDT-CE) – 59 votos Julio Delgado (PSB-MG) – 28 votos Luisa Erundina (PSOL-SP) – 10 votos Brancos – 5 votos Jair Bolsonaro (PSL-RJ) – 4 votos

2016

Rodrigo Maia (DEM-RJ) – 285 votos Rogério Rosso (PSD-DF) – 170 votos

2015

Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – 267 votos Arlindo Chinaglia (PT-SP) – 136 votos Chico Alencar (PSOL-RJ) – 8 votos Brancos – 2 votos

Alinhado ao governo

Lira está alinhado ao governo Bolsonaro, que foi seu principal cabo eleitoral. O presidente se reuniu com partidos e parlamentares, ao longo da campanha, e afirmou que a eleição do deputado poderia garantir “um relacionamento pacífico e produtivo” com a Câmara. O chefe do Executivo também exonerou dois de seus ministros, Onyx Lorenzoni (Cidadania) e Tereza Cristina (Agricultura), para que eles votassem no líder do Centrão. Logo depois, retomarão suas pastas.

Com a eleição de Lira, a expectativa é que as reformas econômicas sejam destravadas, mas a independência do Legislativo pode ficar mais distante. O parlamentar do Centrão foi o responsável não só por apoiar a Reforma da Previdência, em 2019, como partiu dele a ideia de aproximação com Bolsonaro em 2020.

A palavra impeachment foi falada durante toda a campanha de Lira e Rossi e deverá voltar à tona após a posse da nova Mesa Diretora, principalmente se o emedebista for o vencedor.

Lira já afirmou que vai apontar problemas do governo e vai cobrar explicações, como deve fazer todo parlamentar. Sobre os mais de 60 pedidos de impeachment de Bolsonaro, driblou os jornalistas em janeiro dizendo que não era hora de se tocar no assunto.

Via | R7

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