Um paciente entrou no Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, na Zona Norte da cidade, para fazer uma cirurgia na barriga, mas o laudo diz que a causa da morte foi traumatismo craniano. O ex-sogro da empregada doméstica Sônia Maria de Oliveira Santos, deu entrada na unidade na quinta-feira (6) para operar uma hérnia, mas morreu no sábado (8).

“Meu filho veio para a visita e quando chegou aqui ele já tinha falecido. Ele já estava no IML. E no IML, o laudo que deram para ele era de traumatismo craniano. Como é que uma pessoa entra com um problema de hérnia e sai daqui com traumatismo craniano? Foram falar que ele caiu da maca”, disse Sônia, na porta do hospital.

Agora, é a mãe de Sônia que está internada no Salgado Filho com o fêmur quebrado. E desde terça-feira (11) ela está numa maca no corredor. Parentes de outros pacientes contaram que o hospital está superlotado.

Imagens do RJ1 mostram dezenas de pacientes aguardando atendimento em macas nos corredores e em cadeiras. Na sala amarela não há mais espaço: um leito fica ao lado do outro.

“A gente ficou na maca, no corredor. Aí dois dias depois fomos para a sala amarela, continuamos na maca. Depois é que ela foi para o leito porque ela precisa colocar sonda. E agora estamos esperando uma vaga para subir para a enfermaria. A gente está na emergência”, contou a acompanhante de uma paciente.

A filha de uma paciente diz que a mãe operou um tumor no cérebro Salgado Filho há sete meses e o estado de saúde dela se agravou e não consegue mais vaga no hospital.

“Preciso de uma transferência para ela porque ela está entre a vida e a morte. Ela retirou um tumor dia 30 de junho e está tendo crises de convulsão devido a esse problema. As crises estão se agravando, com problema renal e infecção urinária também”, contou Amanda.

A Secretaria Municipal de Saúde disse que vai apurar o que houve no caso do paciente que deu entrada para operar uma hérnia e morreu de traumatismo craniano. Sobre a superlotação, a direção do Salgado Filho disse que o hospital atende muitos pacientes de outros municípios, e negou a falta de materiais e medicamentos.

Fonte | G1

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