Uma das mais óbvias e notórias características da educação moderna é a incrível variedade de metodologias, métodos, abordagens, técnicas e estratégias utilizadas para fazer com que o processo de ensino-aprendizagem se concretize, saindo do campo teórico para o seu uso efetivo tanto dentro quanto fora da sala de aula. Eis o que eu costumo chamar de mercantilismo educacional.
Esse procedimento ocorre em todas as áreas imagináveis do conhecimento humano, incluindo, of coursemente, a área da Linguagem, onde se encontra o ensino-aprendizado da língua inglesa, dentre outros idiomas.
Ocorre, porém, que a tal ‘aquisição de conhecimento’ não é algo tão simples ou fácil de acontecer como se imagina, e isso fica bastante evidente quando colocamos a lingua franca do momento como foco das nossas observações e/ou pesquisas. Não é por outro motivo, então, que, quando se pensa que na questão do léxico (o conjunto de palavras existentes em um dado idioma ou língua à disposição de seus usuários), dizemos que ele precisa ser minimamente adequado para ser acessado em cada situação vivenciada no nosso dia a dia. Na hora da interação com outras pessoas (ou da ‘conversação’, como se costuma dizer por aí), vocabulário limitado, pronúncia fora dos padrões e ortografia inadequada são apenas alguns dos motivos que dificultam o real entendimento entre os falantes ou leitores, sejam eles nativos ou não.
Nós, brasileiros, vale sempre a pena lembrar, não temos o inglês (e nem o espanhol) como língua materna e nem como segunda língua. Para nós, ambas são ‘línguas estrangeiras’. Tanto é verdade que nós só as utilizamos esporadicamente, e nem sempre de maneira contínua. Sendo assim, uma vez no ambiente da sala de aula, é preciso que haja a maior exposição possível ao idioma-alvo, no máximo de tempo e com a mais alta qualidade de ensino-aprendizado possível, para que os vários temas/conteúdos da língua-alvo possam ser contemplados e devidamente aprendidos.
No caso específico da aquisição de vocabulário, o estudo-aprendizado de cognatos, por exemplo, é uma opção extremamente profícua, podendo ser aplicada a alunos de todas as idades, mas em especial utilizada com crianças, tamanha a sua diversidade, utilidade e (aparente) facilidade.
Cognatas, para quem não sabe, são aquelas palavras que, existindo em duas ou mais línguas comparadas, têm as grafias iguais ou similares, bem como o seu significado (ou tradução). Isso se explica porque elas vêm de uma mesma raiz, tendo etimologicamente uma mesma origem comum, geralmente ligada ao grego ou ao latim.
O mais interessante é que a quantidade de cognatos que existem tanto no português quanto no inglês (e vice-versa) é muito grande, podendo chegar a cerca de 30% de um texto, e isso é extremamente útil na hora de fazer uso da linguagem escrita ou falada. Cognatos, a propósito, podem ser classificados como idênticos (caso de banana e de pneumonia), semelhantes (caso de hyphen e de technology) ou vagamente parecidos (caso de school e de forest). Tanto um quanto o outro, uma vez aprendidos, passam a ser facilmente reconhecidos em letras de músicas, livros de literatura ou legendas de filmes, por exemplo, facilitando o entendimento e aumentando o grau de prazer e sensação de quero-mais – sem contar que isso inibe o uso excessivo do dicionário!
Por outro lado, é preciso tomar cuidado com os chamados falsos cognatos, que são exatamente aquelas palavras que parecem significar uma coisa quando, na verdade, elas querem dizer exatamente uma coisa totalmente diferente, como é o caso de adept (especialista) e de journal (revista especializada). Como se percebe, então, nem tudo é um mar de rosas no caminho daqueles que querem aprender uma língua estrangeira. A língua-alvo tem a suas facilidades e também as suas dificuldades, e ambas precisam ser levadas a sério, se o objetivo é realmente ser fluente em um tempo previamente determinado.
Got it?
Fonte | Jerry Mill -Mestre em Estudos de Linguagem (UFMT), conselheiro da Associação Livre de Cultura-Anglo Americana (ALCAA), membro-fundador da ARL (Academia Rondonopolitana de Letras) e associado honorário do Rotary Club de Rondonópolis
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