Uma dúvida que apoquenta a cabeça de muita gente ligada à área da linguagem tem sido a mesma há alguns anos: quantos de nós, brasileiros, falam inglês? A resposta, aparentemente simples, já que moramos em um país de dimensões continentais e temos uma população respeitável, na verdade fica mais complicada quando vemos os resultados de testes e pesquisas internacionais serem anunciados.

Uma pesquisa do Conselho Britânico (ou British Council) divulgada em 2013, por exemplo, estimou que apenas 5% dos brasileiros falam o idioma, mas menos de 1% demonstram algum grau de fluência. Outro estudo, de 2014, feito pela EducationFirst (EF) mostrou o Brasil em 38º lugar no ranking de proficiência num total de 63 países, com nota 49.96, atrás de nações como Colômbia e Costa Rica.

Uma das explicações para tal realidade é o culto ao ensino de “noções” do idioma por professores que, com baixa ou nenhuma proficiência, optam por quebra-galhos educacionais, ou seja, aulas improvisadas e descontextualizadas, que mais trazem dúvidas ou aversões aos alunos do que o conhecimento propriamente dito.

A receita para o nosso fracasso ao falar inglês inclui também o hábito do aluno brasileiro de não dar à disciplina a importância que ela tem no “mundo lá fora”, seja no mercado de trabalho, no turismo, na ciência, no entretenimento, etc. Poucas aulas no currículo escolar, falta de estrutura adequada e desinteresse generalizado em mudar este quadro caótico engrossam o rol de razões para o ensino-aprendizado do idioma bretão estar na situação de calamidade em que está na escola pública.

Realidade esta que se repete no estado de Mato Grosso e também em Rondonópolis, onde, se aplicássemos aquele percentual de 5% anunciado pelo Conselho Britânico, teríamos pelo menos 10 mil falantes de inglês na nossa cidade. Uma comunidade linguística tão numerosa, sabemos, está longe de ser a nossa realidade. Pelo menos por enquanto…

Print Friendly, PDF & Email
(Visited 1 times, 1 visits today)