De todas as dúvidas e incertezas do estudante brasileiro de inglês, nenhuma é mais evidente, recorrente e surpreendente que a sua dificuldade de, desde os estágios iniciais, memorizar e utilizar (de forma rápida e correta, ressalte-se!) os números e letras do alfabeto da língua inglesa. Daí, em sala de aula, quando eu digo que nossos Brazilianfellows não sabem ler nem placa de carro ou moto – quem dirá livros inteiros, especialmente os de literatura… -, ainda há quem fique possesso com tamanha ousadia e sinceridade. Tudo em vão…

Quando falamos em números, geralmente nos referimos apenas aos cardinais (one, two, three e demais) e aos ordinais (first, second, third e quetais), raramente aos fracionários, primos, romanos, etc. No caso dos cardinalnumbers, dificuldades com a pronúncia do three e a ortografia dos compostos como twenty-one (com hífen, please!) são comuns. No caso dos ordinalnumbers, a pronúncia do –th é o maior obstáculo, seguida da ortografia do fifth, do ninth e do twelfth, por exemplo.

Quando o assunto são as letras do alfabeto, saber a distinção entre uma vogal e uma consoante parece não fazer diferença para muitos aprendizes. Como a ortografia das 26 letras é idêntica nos dois idiomas (português e inglês), restam obviamente complicações para memorizar a sequência e a pronúncia de algumas “malditas” letters, caso do trio H, K e Q.

Vale destacar ainda a considerável confusão que ocorre na pronúncia dos pares E/I, D/G e M/N, bem como merecem uma menção especial as vogais A e I. A primeira pode ser pronunciada /ah/, se for o artigo indefinido ‘um, uma’ (usado antes de palavras com som de consonantes, como em “a text”, em oposição a “anessay”), ou /ei/, se for a própria letra, usada de maneira isolada e nessa condição de letra do alfabeto – embora, em casos de ênfase, essa mesma sonoridade seja atribuída ao artigo indefinido, mencionado anteriormente. Já no caso da letra I, geralmente pronunciada /ai/, ela se refere ao pronome de primeira pessoa do singular do caso reto, aquele que desempenha o papel de sujeito da oração, sendo comumente trazido como “eu’. Para variar, em casos especiais, o pronome do caso oblíquo ‘me’ tem prioridade de uso se este tiver que enfatizar algo negativo na ação descrita com sujeito composto, como em “Me andmyfriendsneaked out ofthehouselastnight.” – do contrário, o pronome se mantém, como em “I sneaked out ofthehouselastnight.”

Como se vê, a simplicidade da língua inglesa é apenas aparente. Agora, convenhamos, complicado mesmo é tentar entender o que se passa na cabeça de alguém incapaz de ler a placa JYK-3159 com certa graciosidade e convicção, mesmo depois de alguns anos de dedicação e estudo da Englishlanguage, não é mesmo?

   
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