Além da diminuição natural com o avanço da idade, uso de determinados medicamentos e infecções podem levar à perda da audição
Segundo dados do Relatório Mundial sobre Audição da Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que até 2050, uma média de 2,5 bilhões de pessoas no mundo viverão com perda auditiva. A campanha da Saúde intitulada Novembro Laranja, simboliza a luta pela educação, conscientização e prevenção para os problemas advindos da surdez.
A perda auditiva pode surgir de diferentes formas e por diversas causas. Entender os tipos de perda e seus fatores desencadeantes é essencial para que o paciente receba o tratamento adequado, conforme explica o médico otorrinolaringologista e coordenador do curso de Medicina da Uniderp, Alexandre Cury. “Para tratar a doença é primordial a atenção aos primeiros sinais, tais como dificuldade em entender falas durante uma conversa, aumento expressivo do volume da TV, sensação de ouvido tampado, zumbido e isolamento social. Pelo menos uma, a cada dez pessoas, vai precisar de aparelho auditivo devido à perda natural da audição em razão da idade”, alerta o médico.
A perda auditiva pode ser parcial ou total da capacidade de audição. “A pessoa pode nascer com essa condição ou então desenvolver com o passar dos anos. Com o envelhecimento da população, é comum que as pessoas apresentem problemas na audição, principalmente, porque após os 30 anos de idade algumas células existentes no ouvido interno tendem a reduzir”, detalha Cury.
A intensidade da perda de audição pode ser de leve a profunda, são eles: leve, caracterizada pela incapacidade de ouvir sons abaixo de 30 decibéis, especialmente se a pessoa estiver em um ambiente com muitos ruídos; moderado, quando há dificuldade na audição de sons entre 30 e 50 decibéis. Já na perda auditiva severa ocorre incapacidade de se ouvir sons entre 51 e 80 decibéis. E, por último, perda auditiva profunda, marcada pela ausência completa da audição.
As causas são variadas, como explica o otorrinolaringologista a seguir.
Perda auditiva de condução: ocorrequando há uma dificuldade na transmissão do som entre o ouvido externo e o ouvido médio. Entre as causas mais comuns estão: 1) Acúmulo de cera de ouvido- o excesso de cera pode bloquear a passagem do som, causando sensação de ouvido tampado, zumbido e redução da audição. A remoção deve ser feita por um profissional para evitar ferimentos e agravamento do quadro. 2) Otite e demais infecções do ouvido- inflamações no ouvido médio, frequentemente associadas a gripes, alergias ou episódios de sinusite, podem causar acúmulo de líquido atrás do tímpano e prejudicar a audição. O tratamento costuma incluir medicação e, em casos crônicos, procedimentos específicos para drenagem. 3) Imobilização dos ossículos do ouvido- doenças que afetam a movimentação dos pequenos ossos responsáveis por transmitir o som, como a otosclerose, também resultam em perda auditiva condutiva. Nessas situações, o tratamento pode variar de medicamentos a cirurgias, dependendo da gravidade.
Perda auditiva neurossensorial: causada por danos na cóclea (parte interna do ouvido) ou no nervo auditivo, sendo geralmente permanente. Suas causas incluem: 1) Doenças e infecções sistêmicas- viroses, meningites, ae distúrbios do metabolismo podem afetar diretamente o funcionamento do ouvido interno, levando à perda auditiva. 2) Tumores na cóclea ou no nervo auditivo- condições como o schwannoma vestibular podem comprometer o nervo auditivo, causando perda progressiva e zumbido. O diagnóstico precoce é fundamental para direcionar o tratamento adequado. 3) Uso de medicamentos ototóxicos- alguns antibióticos, diuréticos e quimioterápicos podem afetar as células do ouvido interno. O acompanhamento médico é essencial durante tratamentos prolongados.
Alexandre Cury esclarece que há ainda outros desencadeadores. “A predisposição genética e defeitos congênitos; exposição a ruídos intensos, como o uso prolongado de fones de ouvido em volume alto, ambientes de trabalho ruidosos e shows podem causar danos irreversíveis às células sensoriais do ouvido interno; além da presbiacusia, que é a perda auditiva relacionada ao avanço da idade”.
O médico salienta que a perda auditiva não deve ser ignorada e que o tratamento, geralmente realizados via medicamentos, cirurgias, implantes cocleares ou uso de aparelhos auditivos são meios eficazes de preservar a audição e evitar impactos emocionais e sociais no paciente.
Sobre a UNIDERP
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