Entenda os riscos e benefícios do uso de suplementos vitamínicos
Em um mundo que valoriza a performance e a longevidade, o consumo de vitaminas e suplementos se tornou rotina para milhões de pessoas. Mas será que tomar vitaminas por conta própria é sempre seguro? E será que todos realmente precisam suplementar?Neste artigo, vamos esclarecer com base nas evidências científicas mais recentes , quando o uso de vitaminas é benéfico, quando pode ser perigoso e por que o uso indiscriminado pode ser um risco silencioso para sua saúde.
Quando as vitaminas são aliadas da saúde:
Vitaminas são micronutrientes essenciais para o bom funcionamento do corpo. Elas participam da produção de energia, funcionamento cerebral, sistema imunológico, síntese hormonal e muito mais. A boa notícia? A maioria das pessoas saudáveis consegue suprir suas necessidades por meio de uma alimentação equilibrada.
Em alguns casos, porém, a suplementação é recomendada e pode salvar vidas:
• Gravidez: Ácido fólico (vitamina B9) previne malformações do tubo neural.
• Idosos: Suplementação de vitamina D e B12 pode ajudar na imunidade e na cognição.
• Pessoas com dietas restritivas: Veganos e vegetarianos precisam atenção especial à vitamina B12, ferro, zinco e iodo.
• Pessoas com doenças crônicas ou uso de medicações específicas: Que interferem na absorção de nutrientes.
• Evidência: Revisões recentes da Cochrane e do Journal of the American Medical Association (JAMA, 2022–2024) reforçam que o uso direcionado e individualizado de vitaminas pode reduzir risco de deficiência nutricional, melhorar qualidade de vida e prevenir complicações específicas.
O problema do uso indiscriminado:
Por outro lado, o uso sem orientação médica baseado em modismos, marketing ou achismo pode causar mais mal do que bem.
Os riscos mais comuns incluem:
• Toxicidade: Vitaminas lipossolúveis (como A, D, E e K) se acumulam no corpo. Em excesso, podem causar náuseas, dor de cabeça, problemas hepáticos e até intoxicação grave.
• Interferência em exames e medicamentos: Excesso de vitamina C, por exemplo, pode mascarar resultados laboratoriais.
• Falsa sensação de saúde: Muitos abandonam hábitos saudáveis acreditando que suplementos resolvem tudo o que não é verdade.
• Desbalanço nutricional: O excesso de uma vitamina pode prejudicar a absorção de outras (por exemplo, muito zinco pode reduzir o cobre e o ferro).
Evidência: O USPSTF (U.S. Preventive Services Task Force) publicou em 2022 que não há evidência robusta de que o uso indiscriminado de multivitamínicos previna câncer, doenças cardiovasculares ou morte precoce em pessoas saudáveis. Mais do que isso, alguns suplementos em excesso aumentam o risco de doenças.
Então o que fazer?
1. Avalie com profissional capacitado. Um médico nutrólogo ou nutricionista pode indicar exames, avaliar sinais clínicos e propor uma conduta personalizada.
2. Desconfie de promessas milagrosas. Não existe “vitamina que emagrece” nem “pílula da energia”. Isso é marketing, não ciência.
3. Prefira comida de verdade. Frutas, legumes, proteínas de qualidade, grãos integrais e gorduras boas continuam sendo sua principal fonte de saúde.
4. Evite comprar suplementos sem orientação. Mesmo os vendidos em farmácias podem conter doses que não fazem sentido para o seu corpo ou até te prejudicam.
Conclusão:
Vitaminas são ferramentas valiosas, mas como todo recurso poderoso, devem ser usadas com sabedoria. O uso correto pode melhorar sua saúde, performance e qualidade de vida. O uso errado pode atrasar diagnósticos, causar doenças e até comprometer sua longevidade.
Na dúvida, busque orientação qualificada. Seu corpo não precisa de mais comprimidos: ele precisa de atenção, equilíbrio e respeito.
Via | Dr. Max Wagner de Lima Cardiologista | Criador do Protocolo ROTINA Alta performance, longevidade e medicina personalizada
Compartilhe: