O oftalmologista Matheus Silva explica que na frequência normal, o movimento de abrir e fechar os olhos tem um papel importante na lubrificação e remoção de impurezas
Piscar é essencial para lubrificar os olhos e remover impurezas da superfície ocular. Quando piscamos ajudamos a renovar o filme lacrimal, uma fina camada de líquido que além de proteger os olhos dos agentes externos, fornece nutrientes e oxigênio à córnea, estrutura transparente que cobre a frente do globo ocular.
Após o nascimento, o bebê pisca cerca de duas vezes por minuto, sendo que a quantidade aumenta com o avanço da idade e chega a 10 vezes por minuto na adolescência. Já na idade adulta, a média é de 15 a 20 vezes por minuto, ou seja, uma piscada a cada 3 ou 4 segundos, o que é muito saudável para os olhos.
“Na maioria das vezes, o movimento de abrir e fechar os olhos acontece automaticamente, de forma involuntária, mas também pode ser voluntário, por exemplo, quando decidimos fechar os olhos ao acender uma lâmpada ou para dormir”, explica o Dr. Matheus Bedendo Rodrigues da Silva, neuro-oftalmologista do H.Olhos, Hospital de Olhos da rede Vision One.
Um cuidado importante é perceber se as piscadas se tornaram frequentes e persistentes. “Piscar demais pode ter relação com estresse, com o uso de alguns medicamentos, com problemas oculares ou outras condições”, complementa o médico. O Dr. Matheus Silva cita algumas delas:
– disfunção das glândulas de Meibomius, responsáveis pela produção e secreção do meibum, substância oleosa que impede a evaporação do filme lacrimal;
– blefarite, inflamação das pálpebras que pode causar irritação, coceira e, em alguns casos, olhos secos;
– erros refracionais como a miopia, hipermetropia e astigmatismo que, sem correção, tendem a sobrecarregar os olhos;
– casos de estrabismo, em que é preciso compensar a visão embaçada ou dupla;
– quando os olhos estão secos, irritados ou com algum corpo estranho.
O excesso de piscadas pode causar incômodo, afetar tarefas do dia a dia como ler e dirigir, além de ser prejudicial para os olhos. O tratamento vai depender da causa e pode envolver a indicação de óculos para a correção do grau, o uso de colírios lubrificantes ou outras medidas. O ideal é consultar o oftalmologista para fazer uma avaliação e obter o diagnóstico correto.
Via | Assessoria Foto | Freepik
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