Trabalho feito nas redes de dormir pelas artesãs da Tece Arte foi selecionado pela ONG Artesol para participar da segunda edição do evento
Redeiras de Várzea Grande, Poconé e Santo Antônio do Leverger, no Mato Grosso representaram o estado na segunda edição da exposição-feira Arte dos Mestres, em São Paulo, na última semana de agosto.
Para o evento, promovido pela ONG Artesol, que há mais de 25 anos atua para a salvaguarda do artesanato cultural brasileiro, as tecelãs especializadas na confecção de redes de dormir ricamente coloridas e ornamentadas, tecidas artesanalmente em tear vertical, de baixo para cima, diferentemente dos teares portugueses posicionados na horizontal.
Segundo a presidente da Associação Tece Arte e artesã Jilaine Maria da Silva, a associação nasceu para resgatar esse elemento cultural identitário quase extinto, devido ao desinteresse das novas gerações. “Desde quando a gente resolveu criar a associação [em 2021], muitas coisas começaram a melhorar. Hoje a gente faz parte da Rede Artesol, que é uma ONG que valoriza o nosso trabalho. Inclusive, tenho recebido muitas ligações de pessoas que já entram no nosso cadastro através do site para conhecer mais a nossa história. A gente também conquistou o selo Top 100 de Artesanato do Sebrae Nacional. Hoje a nossa arte é referência em nosso estado, e tudo isso tem impactado diretamente na vida das redeiras de nossa comunidade e na própria comunidade”, completa Jilaine.
Cerca de 50 artesãs da comunidade integram a associação e se dedicam a produzir redes de dormir e outros produtos. A maioria são donas de casa, com mais de 40 anos, e têm a produção artesanal como a única fonte de renda própria.
Devido a qualidade de seus projetos, os três foram selecionados pelos curadores da mostra, Josiane Masson e Marco Aurélio Pulchério, para apresentar suas obras ao lado de outros 14 mestres e coletivos vindos do Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Pernambuco e Piauí.
Para a Arte dos Mestres, a Tece Arte confeccionou 6 redes com desenhos de araras, tuiuiús, onças e peixes, animais do Cerrado, Floresta Amazônica e Pantanal, todos biomas presentes no Mato Grosso. Cada uma levou cerca de dois a três meses para ser concluída, já que o tempo varia de acordo com a experiência da artesã, do tempo dedicado ao trabalho e da complexidade do bordado.
Via | Assessoria Foto | Divulgação
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