Solução que vai garantir a soberania dos dados brasileiros está prevista para operar ainda no mês de novembro

No primeiro dia da Semana da Inovação 2023, o diretor-presidente do Serpro, Alexandre Amorim, anunciou o lançamento da Nuvem de Governo, solução que está prevista para operar ainda em novembro. “O Serpro lançará, ainda neste mês, o que estamos entendendo como Nuvem de Governo, que é um conjunto de ferramentas e práticas que proporcionará a guarda da informação em território nacional, em segurança, atendendo aquilo que a Portaria da SGD prevê, trazendo mais qualidade e trato para a informação”, antecipou o titular da estatal, em alusão à Portaria SGD/MGI nº 5.950, de 26 de outubro de 2023.

O anúncio foi feito durante um painel que discutiu o mais novo capítulo da transformação digital do país: a criação e a consolidação de uma Infraestrutura Nacional de Dados (IND). Participaram do debate Alexandre Amorim junto com o presidente da Dataprev, Rodrigo Assumpção e o secretário nacional de Governo Digital, Rogério Mascarenhas.

Mil e trezentos sistemas

A nuvem de governo faz parte de uma Infraestrutura Nacional de Dados (IND), que pode ser entendida como um guarda-chuva que inclui normas, políticas, arquiteturas, talento humano e ativos de informação que contribuem para promover a interoperabilidade e o uso estratégico dos dados sob a guarda do governo. O objetivo final é melhorar o serviço público, dar poder ao cidadão e promover o desenvolvimento econômico e social do país.

“Como somos responsáveis por mais de mil e trezentos sistemas de governo, nada chega perto do desafio da gestão de dados feita diariamente pelo Serpro. E precisamos de uma infraestrutura nacional para que tudo isso possa ser tratado a partir do interesse do governo e da sociedade e, ao mesmo tempo, continue a ser funcional”, explicou Amorim.

Diálogo

Ao explicar como o Serpro pode contribuir para a construção de uma Infraestrutura Nacional de Dados, Amorim lembrou que é essencial o diálogo da empresa com a academia e a iniciativa privada, além da busca pela compreensão de como são construídos os modelos de tratamento de informações realizados em outros países. “O Serpro, como empresa de inteligência, não pode se restringir à sua tecnologia, temos que nos apropriar também de outras inteligências e novas ferramentas que, a toda hora, estão sendo produzidas por outros atores”, reiterou.

Respondendo sobre questões de segurança, ele também afirmou que esse valor já deve estar presente no nascedouro, na própria criação da arquitetura do software, assim como a preocupação com interoperabilidade e escuta do cliente. “Privacidade não é negociável. Por isso nossa interação com a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) é constante”, pontuou o presidente do Serpro.

Já Rodrigo Assunção, presidente da Dataprev, lembrou, que, em 2010, devido ao uma enchente no Acre, a empresa pública foi responsável por adiantar cerca de R$ 22 milhões em benefícios em uma ação emergencial, o que foi feito em duas semanas. No ano seguinte, a mesma calamidade natural aconteceu no Rio de Janeiro. “Desta vez demoramos uma semana. Mas chegamos à conclusão de que precisávamos libertar todas camadas de dados, de regras de negócio, de interface, para que fosse possível fazer qualquer cruzamento em qualquer hora e por qualquer motivo”.

Futuro Próximo

Segundo Rodrigo Assunção, essa história ilustra a necessidade do governo possuir uma política de metadados em comum. Um desafio que está mais presente agora, diante da revolução trazida pela inteligência artificial e, mais ainda, em um futuro próximo, quando se prevê a ruptura dos padrões de segurança criptográfica que serão promovidos pelo desenvolvimento dos computadores quânticos.

O secretário nacional de Governo Digital, Rogério Mascarenhas, por sua vez, lembrou o peso e a a importância das duas empresas públicas representadas no encontro. “Quando nós vemos o Gov.br , com mais de 150 milhões de inscritos, isso se deve à existência do Serpro. Quando passamos pela pandemia e enfrentamos o desafio de gerar milhões benefícios assistenciais em uma semana, nos lembramos da importância da Dataprev”. Para o secretário, não é possível discutir temas como integração de dados, interoperabilidade e tratamento de dados sem a participação desses interlocutores.

Rogério Mascarenhas também lembrou o valor dos dados, que antes eram um ativo a mais e, hoje em dia, são muitas vezes mais valiosos que as próprias organizações que os hospedam. “Diante dos nossos dados, temos ainda uma visão muito operacional. Precisamos ampliar o escopo e aprender a orquestrar, organizar o ambiente e promover uma melhor utilização. Caso contrário, não conseguiremos fazer frente aos novos paradigmas trazidos pela tecnologia”, alertou.

Via | Serviço de Processamento de Dados (Serpro) Foto | Divulgação

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