Sílvio César de Araújo, 49 anos, usava perucas para escapar da prisão. Ele era procurado há mais de 11 anos e agora será encaminhado para um presídio federal.

Um dos assaltantes mais procurados no país, Sílvio César de Araújo, de 49 anos — conhecido como Cabelo de Bruxa por causa do disfarce para escapar da prisão — foi preso nesta quarta-feira (9), em Manaus (AM). Ele era considerado o número um da lista de procurados pela Polícia Civil de Mato Grosso, depois de liderar diversos roubos a bancos no estado e, também, em regiões do Sul e Sudeste.

Araújo era procurado há mais de 11 anos após fugir da Penitenciária Central do estado em Cuiabá (PCE), quando houve uma explosão em um dos muros da unidade.

Ele estava com um mandado de prisão aberto para cumprir uma pena de 17 anos pelos crimes de roubo qualificado, associação criminosa e destruição de patrimônio. A medida foi expedida pela 2ª Vara Criminal de Cuiabá.

Cabelo de Bruxa foi preso após ser procurado há mais de 11 anos — Foto: Polícia Civil MT

Cabelo de Bruxa foi preso após ser procurado há mais de 11 anos — Foto: Polícia Civil MT

Mais procurado

Em 2018, Araújo foi preso em Rondônia suspeito de participação em assaltos com tomada de cidades, caracterizado como novo cangaço.

Um novo mandado de prisão contra Sílvio foi decretado em pela Vara de Execuções Penais de Cuiabá, em dezembro de 2020, que voltou a ficar solto. Ainda havia pena remanescente de 17 anos em regime fechado a cumprir.

Trajetória

Segundo a Polícia Civil, Araújo liderou quadrilhas de assaltos a bancos em Mato Grosso. Nas ações, o grupo usava reféns como escudos humanos na frente das agências bancárias.

Os criminosos realizavam a explosão das agências, causando diversos danos às estruturas, o que obrigava a população a se deslocar a outras cidades em busca de atendimento, de acordo com a polícia.

Ele e outros comparsas foram presos na Operação Lacraia, que investigou integrantes do novo cangaço no estado.

Em agosto de 2012, Araújo liderou uma fuga em massa na PCE, em Cuiabá. Na ocasião, foram usados explosivos para destruir parte do muro da unidade prisional que resultou na fuga de 35 criminosos do pavilhão 3, sendo que a maioria deles estava envolvida em roubos a bancos.

A investigação da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) apontou que a fuga foi arquitetada durante oito meses e teria custado cerca de R$ 500 mil financiados por Lindomar Alves de Almeida, conhecido por “Nenezão”, considerado um dos maiores assaltantes de banco no país.

Os criminosos teriam usado cerca de 25 quilos de explosivos, destruíram parte do muro lateral da penitenciária e resgataram os presos, que serraram a grade da cela 10, do Raio 3, e aguardaram no corredor a explosão do muro. Depois, escalaram o alambrado e tiveram acesso à via pública pela abertura no muro e fugiram com apoio de 15 carros e três motocicletas.

Uma força-tarefa composta pela Polícia Civil, Polícia Federal, Polícia Militar, Sistema Prisional e Polícia Rodoviária Federal fez diversas buscas por Sílvio César após a fuga da PCE.

Em dezembro de 2018, ele foi preso em Porto Velho (RO), quando desembarcou de um voo vindo de Manaus, e liberado no ano seguinte.

Segundo a polícia, ele será encaminhado a um presídio federal onde deverá permanecer a disposição da Justiça.

via | G1   Fotos | Reprodução
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