Mudança ocorre após Justiça revogar prisão de Leonardo Xavier Santiago, de 26 anos, preso no sábado (8). Ministério Público defende que responsável pela morte de Gabriela Anelli é um homem de barba que aparece em vídeos da confusão atirando garrafa contra a torcida do Palmeiras.

O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) assumiu a investigação da morte da torcedora Gabriela Anelli, de 23 anos.

Ela morreu após ser atingida por estilhaços de uma garrafa arremessada contra a torcida do Palmeiras durante confusão antes do jogo entre o clube paulista e o Flamengo, no último sábado (8).

“Quem está assumindo o caso é o DHPP, pelo fato do crime, até o presente momento, estar sendo tratado como autoria desconhecida”, disse nesta quinta-feira (13), Artur José Dian, delegado-geral.

A mudança ocorre por determinação da Justiça e após a revogação da prisão do torcedor do Flamengo Leonardo Felipe Xavier Santiago, de 26 anos.

Na decisão, a juíza considerou o delegado incialmente responsável pelo caso como “despreparado”.

No entendimento do Ministério Público, baseado nas provas que existem até o momento, o arremesso da garrafa que atingiu e matou Gabriela Anelli foi feito por um torcedor do Flamengo ainda não identificado, filmado jogando o objeto contra a torcida do Palmeiras.

Segundo o delegado-geral, o trabalho agora é para identificar esse homem, além de outras pessoas que também arremessaram objetos.

Segundo a decisão da Justiça:

  • “A pessoa que arremessou a garrafa contra os torcedores palmeirenses trata-se de um homem que possui barba, sendo, portanto, fisicamente diferente do autuado, além de vestir camisa clara, diversa da camisa do time do Flamengo que o autuado vestia quando foi preso”;
  • Tudo indica, portanto, que a garrafa que vitimou fatalmente Gabriella foi arremessada por outra pessoa que não o autuado, o que enseja a imediata revogação de sua prisão preventiva, com o prosseguimento das investigações para que o verdadeiro autor seja identificado, bem como para que eventual participação do autuado seja apurada”.

Pedido de liberdade

O Ministério Público de São Paulo havia pedido a liberdade de Santiago na manhã de quarta. De acordo com o promotor Rogério Leão Zagallo, as provas não cravam que Santiago jogou a garrafa de vidro que atingiu o pescoço e matou Gabriela.

Em seu pedido à Justiça, o promotor alegou que a Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade) perdeu a credibilidade para seguir à frente do caso e pediu que a investigação seja repassada para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), também da Polícia Civil de SP.

“Por outro lado, para além da inexistência da confissão anunciada pelo Delegado de Polícia César Saad, as imagens que aportaram nesta Promotoria de Justiça evidenciam a necessidade de que a investigação prossiga”, afirma Rogério Leão, ao se referir ao atual delegado responsável pela apuração do crime.

Investigação até aqui

Além de Felipe Santiago, a Polícia Civil investiga ao menos dez pessoas que jogaram garrafas na confusão entre torcedores que terminou com a morte de Gabriela. Os investigadores usam uma ferramenta de investigação de reconhecimento facial.

De acordo com o delegado César Saad, todas essas imagens estão na unidade de inteligência. Os que forem identificados irão responder individualmente por possíveis crimes cometidos, informou o policial.

Via | G1   Foto | Reprodução
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