Especialista no tema Marcos Mendanha explica a importância da promoção e preservação da saúde dos colaboradores
Para que uma empresa exerça suas atividades com alta performance e bons resultados, são desenvolvidos planejamentos e estratégias para que cada setor consiga alcançar suas metas e ter um melhor desempenho, mas olhando a saúde como prioridade. Os colaboradores são essenciais na execução das operações e precisam ser incluídos nos planos estratégicos das corporações. Nesse caminho, a boa Medicina do Trabalho promove ações focadas na melhoria contínua da saúde corporativa. O médico do trabalho e diretor da Faculdade CENBRAP, Marcos Mendanha, fala sobre os principais erros cometidos no que tange a medicina ocupacional. Confira abaixo: 1 – Não seguir as normas impostas pela legislação – O cumprimento da legislação vigente é o mínimo exigido para uma empresa. Práticas que burlam as normas podem trazer graves consequências para a saúde dos colaboradores, a corporação e seus gestores. Num mundo tão conectado, onde as pessoas se relacionam com as marcas, trata-se de uma negligência inaceitável, que acaba por diminuir a reputação da empresa, além de provocar inúmeros prejuízos financeiros. 2 – Não prevenir doenças e agravos ocupacionais entre os colaboradores – Aqui vale a célebre máxima “é melhor prevenir do que remediar”. Isso porque, além de tudo, o custo de ações e projetos para promoção da prevenção da saúde organizacional é inferior ao investimento necessário na remediação de doenças e agravos provenientes do trabalho. Medidas que promovem a saúde e o bem-estar corporativo reduzem o absenteísmo, aumentam o engajamento dos funcionários e potencializam a produtividade das equipes. 3 – Não investir em profissionais capacitados – A boa Medicina do Trabalho, aquela que vai além do cumprimento normativo e é exercida com rigor técnico, baseada em evidências e boas práticas, é uma ferramenta essencial no desenvolvimento de ações que pensam no colaborador de forma estratégica e humanizada. Isso traz resultados numéricos palpáveis e melhoria contínua do ambiente corporativo. Isso impacta na boa reputação da marca, o que resulta em mais consumidores e lucratividade. 4 – De novo: a boa Medicina do Trabalho é investimento, e não custo – Há muitos anos a Medicina do Trabalho é vista por alguns como uma mera imposição legislativa, quando na verdade deve ser pensada como um investimento. Isso porque com estratégias focadas na promoção e preservação da saúde dos colaboradores pode-se gerar maior produtividade dos colaboradores, redução nos passivos tributários e trabalhistas e consequente aumento da lucratividade corporativa. 5 – Não dar a devida importância ao médico do trabalho – O médico do trabalho atua em interface com todos os setores da empresa, seu papel fundamental é a promoção de saúde e prevenção de doenças de forma ética, em especial no que tange ao sigilo médico que tem com os colaboradores. Ele deve conhecer todos os riscos da empresa e trabalhar em parceria com os gestores para extingui-los ou minimizá-los. Havendo doenças, o médico do trabalho deve atuar na identificação da causa e rápido manejo e tratamento desse trabalhador. 6 – Negligenciar a utilização de EPI’s – O uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) minimizam os riscos ocupacionais e são indispensáveis no dia a dia de trabalho.  De acordo com a CLT, além de fornecer os EPIs, é de responsabilidade das empresas orientar e fiscalizar os trabalhadores quanto ao correto uso e manuseio desses equipamentos. Sobre Marcos Mendanha É médico, diretor e professor da Faculdade CENBRAP, onde realiza e coordena estudos, cursos e eventos sobre Psiquiatria e saúde mental do trabalhador há mais de 10 anos. É especialista em Medicina do Trabalho e também em Medicina Legal e Perícia Médica. É advogado especialista em Direito do Trabalho; pós-graduado em Filosofia; e professor convidado da pós-graduação em Medicina do Trabalho, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP). É autor dos livros “O que ninguém te contou sobre Burnout – Aspectos práticos e polêmicos” (Editora Mizuno), “Medicina do Trabalho e Perícias Médicas – Aspectos práticos e polêmicos” (Editora LTr), e “Limbo Previdenciário Trabalhista – Causas, consequências e soluções à luz da jurisprudência comentada” (Editora Mizuno); e coautor de várias obras. É coordenador do Congresso Brasileiro de Psiquiatria Ocupacional (CBPO) e do Congresso Brasileiro de Medicina do Trabalho e Perícias Médicas (CBMT PM).
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