Carlos Alberto Gomes Bezerra responde pelos assassinatos de Thays Machado, de 44 anos, e de Willian César Moreno.

Carlos Alberto Gomes Bezerra, de 57 anos, filho do ex-deputado federal Carlos Bezerra (MDB), foi transferido, nessa sexta-feira (3), da Penitenciária Central do Estado (PCE) para o Presídio da Mata Grande, em Rondonópolis. Ele responde pelo pelos assassinatos de Thays Machado, de 44 anos, e de Willian César Moreno. O casal foi assassinado no fim da tarde do dia 18 de janeiro, no Bairro Alvorada, em Cuiabá.

A transferência foi determinada pelo juiz Geraldo Fidélis, da 2ª Vara de Execuções Penal, que atendeu pedido da defesa de Carlos Alberto, feita pelo advogado Francisco Faiad. Por possuir curso superior, Carlos Alberto está em uma cela especial.

De acordo com o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT ), existem provas mais do que robustas da materialidade do crime e indícios suficientes da autoria, além de outros requisitos autorizativos previstos no Código de Processo Penal.

Na denúncia, o feminicídio foi cometido por motivo torpe vingança (pelo término do namoro), de forma cruel e impossibilitando a defesa da vítima.

“Agiu o denunciado de forma cruel e covarde, revelando extrema perversidade, ao agredir a vítima com diversos disparos de armas de fogo, descarregando uma pistola semiautomática em área urbana de intensa movimentação de pessoas, em plena luz do dia, no horário comercial de um dia útil”, disse o promotor Jaime Romaquelli.

O promotor acrescentou que “Carlos Alberto praticou o crime, com relação à vítima Thays Machado, num contexto de violência doméstica por ele alimentada, prevalecendo-se de sua superioridade física, em flagrante menosprezo à condição de mulher da vítima Thays (eram ex-conviventes) e, portanto, por razões da condição do sexo feminino da vítima, pois com ela manteve um relacionamento amoroso.”

Perseguição

Câmeras de segurança mostram casal momentos antes de serem assassinados em Cuiabá — Foto: Reprodução
Câmeras de segurança mostram casal momentos antes de serem assassinados em Cuiabá — Foto: Reprodução

Segundo o delegado Marcel Oliveira, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Carlos tinha informações detalhadas de onde estava a ex-namorada.

Foram encontrados 71 prints de localizações dos lugares que a vítima frequentava. Carlos fazia o download no celular dele e, depois, imprimia a geolocalização. O investigado instalou os programas quando ainda se relacionava com a vítima, informou o delegado.

Além disso, os investigadores encontraram um caderno onde tinha as anotações com datas e locais que os aparelhos foram instalados. Assim, ele poderia saber até quanto tempo de bateria duraria os aparelhos de monitoramento. A Polícia Civil fez buscas na casa de Carlos e encontrou o material.

Relembre o caso

Thays havia feito um boletim de ocorrência contra Carlos e, de acordo com a polícia, o crime aconteceu quando ela estava no prédio para devolver o carro que havia emprestado da mãe usado para buscar o namorado no aeroporto.

Câmeras de segurança registraram as vítimas caminhando juntas momentos antes de serem assassinadas.]

De acordo com o delegado Marcel, o acusado premeditou o assassinato e agiu por ciúmes, sendo motivado pela “emoção de vê-la se relacionando com outro homem”.

De acordo com o delegado, familiares de Thays foram ouvidos e afirmaram que o suspeito era “extremamente ciumento e possessivo”. Ele e a vítima mantinham um relacionamento há alguns anos, entre idas e vindas. O término mais recente ocorreu há cerca de 45 dias e ela estava com o novo namorado há menos de um mês.

Via | G1   Fotos | Repodução

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