Dia Mundial de Luta contra a Aids celebrado em 1º de dezembro foi criado para alertar sobre a prevenção e as formas de contágio

Medo, preconceito e estigma social ainda estão atrelados ao diagnóstico positivo do HIV. Especialistas alertam que entre os principais desafios para o tratamento está a priorização do acompanhamento psicológico assim que o paciente testar positivo para o vírus. Segundo a médica psiquiatra do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) Dra. Maria Júlia Francischetto, atualmente existem mais recursos para lidarmos com o tratamento desses pacientes. “Conviver com o HIV deve ser tema de constante discussão com a sociedade para evitar o isolamento ou a represália de amigos e familiares”, destaca a especialista. Essa angústia é retratada na série “Merlí: Sapere Aude”, transmitida pela HBO, ao mostrar o personagem Pol Rubio enfrentando uma avalanche de emoções ao esconder o diagnóstico de HIV positivo com medo do preconceito. “Se vivermos sem ignorar a presença do vírus, podemos melhorar a qualidade de vida do paciente seja no campo psicológico ou social. Diante dessa perspectiva, para aqueles que fazem teste e têm um diagnóstico positivo, é necessário que esse momento seja recebido de forma acolhedora e compreensiva pelas pessoas ao redor. Os profissionais de saúde mental são fundamentais nesse momento”, explica a especialista. A revolta e a exclusão da pessoa com HIV dificultam a aceitação do tratamento clínico. A atuação do psicólogo ou psiquiatra é fundamental, uma vez que a pessoa soropositiva é impactada com intenso sofrimento psíquico e precisa ter adesão à medicação pelo resto da vida. Em São Paulo, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES), do Ministério da Saúde (MS) e do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS), a cada 15 minutos uma pessoa se infecta com o vírus no Brasil. A testagem continua sendo a forma mais efetiva para detectar e controlar o aumento da Aids e salvar vidas. Com esse objetivo, infectologistas do HSPE alertam para a importância da realização de exames de diagnóstico do HIV, uma vez que a pandemia foi responsável pelo atraso na descoberta de novos casos. “Muitas pessoas podem estar contaminadas e não sabem. De forma descontrolada podem estar transmitindo o vírus HIV. É importante incentivar a testagem de rotina para conter o aumento de casos”, afirma a infectologista do HSPE Dra. Andrea Almeida. A infectologista ressalta ainda que o acompanhamento da doença é primordial. “Os remédios atuais para evitar e tratar o HIV são mais potentes e efetivos, com poucos efeitos colaterais. O tratamento tem favorecido o aumento da expectativa de vida, principalmente entre os idosos que convivem com o HIV. Mas devemos focar em campanhas e em testes, porque, mesmo sendo eficazes, há a dificuldade de controlar a doença por motivos educacionais, culturais, sociais e de saúde pública e privada. Não podemos parar de disseminar informações sobre causa, tratamento e prevenção”, finaliza. Teste HIV no HSPE Para realizar a testagem de HIV, o usuário do Iamspe não precisa de agendamento prévio. Basta procurar o ambulatório de Moléstias Infecciosas (MI) do HSPE, de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h. Nas terças e quintas-feiras, o serviço funciona das 13h às 16h. O acesso ao local é pela Rua Borges Lagoa, 1.755, no 1º andar. O ambulatório realiza testes rápidos para outras infecções sexualmente transmissíveis como a sífilis e a hepatite C. Vacina contra HIV Em 2022, os Estados Unidos iniciaram testes da vacina contra a Aids com mais de 50 voluntários de quatro diferentes locais, por meio da farmacêutica Moderna. A condução está sendo feita em parceria com a Vaccine Initiative (IAVI), organização de pesquisa científica sem fins lucrativos International Aids. O estudo foi chamado de IAVI G002 e utiliza tecnologia de RNA mensageiro. Aids no mundo O novo relatório global “UNAIDS Global AIDS Update 2022” do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS) mostra que, em 2021, a pandemia de Aids tirou uma vida a cada minuto, com 650 mil mortes. Segundo o estudo, nos últimos dois anos da Covid-19, o progresso contra a doença teve queda em todo o mundo.
Via | Assessoria   Foto | Adobe Stock Free
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