Segundo delegado, o suspeito ainda não entregou a escritura na venda porque precisava da assinatura da mulher. O corpo dela foi encontrado atrás da residência na propriedade rural nessa quarta-feira (23); polícia investiga o caso.

O homem que foi preso, nessa quarta-feira (23), suspeito de matar a esposa, Irene Soares Alves, de 66 anos, a pauladas e enterrar o corpo dela no quintal há três anos, vendeu a casa na cidade por R$ 60 mil após o crime, de acordo com o delegado da Polícia Civil, Flávio Leonardo Santana Silva. O crime ocorreu em uma propriedade rural em Bom Jesus do Araguaia, a 983 km de Cuiabá, em 2019.

O suspeito ainda passou cerca de um ano recebendo a aposentadoria dela e vivendo na propriedade rural onde o corpo estava enterrado.

Agora, ele deve passar por uma audiência de custódia nesta sexta-feira (25) e, se for mantida a prisão, será encaminhado para a cadeia pública de Água Boa, a 736 km da capital.

O caso veio à tona porque uma amiga da vítima era avalista em um empréstimo feito por ela em 2018, com objetivo de comprar cabeças de gado por R$ 120 mil.

Com isso, a amiga percebeu que o nome estava negativado ao tentar fazer uma movimentação no banco, o que chamou atenção e fez com que ela verificasse a origem desse impedimento.

A vítima deixou uma propriedade rural avaliada em mais de R$ 1 milhão e com cabeças de gado, além de um imóvel na cidade. Depois de cometer o crime, segundo o delegado, o suspeito vendeu essa casa na cidade por um valor abaixo do praticado no mercado.

Além disso, a escritura da residência não foi entregue ao comprador porque até hoje não foi assinada pela proprietária. O homem dizia que ela havia fugido com um amante e, desde então, não teria dado mais notícias.

Segundo o delegado, nenhum dos filhos teve notícias da mãe desde que ela supostamente desapareceu para fugir com um amante, de acordo com a versão contada pelo marido.

Segundo o delegado, ela tem duas filhas e um filho que vivem em Anápolis (GO), porém, nenhum deles tem contato com a mãe porque não foram criados por ela, o que explica o distanciamento familiar.

Parte da investigação da polícia, agora, procura fazer um exame de DNA para confirmar a identidade deles com a ossada encontrada na fazenda.

O marido, com quem a vítima viveu há mais de 19 anos, passou a ser considerado o principal suspeito do caso. Por isso, foi intimado a prestar depoimento na delegacia de Ribeirão Cascalheira, a 893 km da capital.

De acordo com a polícia, em um primeiro momento, ele manteve a versão de que a esposa teria fugido. Mas, em seguida, confessou o crime e indicou o local onde enterrou o corpo.

Entenda o caso

Segundo a polícia, ele matou a mulher a pauladas na região da nuca durante uma discussão por motivo banal, em 2019. A investigação não descarta outras motivações no crime.

Depois, arrastou o corpo para uma fossa atrás da casa e a enterrou. Mesmo após o crime, ele continuou vivendo na residência e passou a sacar mensalmente a aposentadoria da mulher por aproximadamente um ano.

O suspeito responde por ocultação de cadáver, feminicídio por motivo fútil e por estelionato previdenciário. Segundo o delegado Flávio, já foi feita a representação para converter a prisão em flagrante para preventiva.

Via | G1   Fotos | PJCMT
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