Os millennials, ou geração do milênio, têm mudado a forma como a sociedade percebe e fala sobre saúde mental. De uns tempos para cá, o  termo burnout — exaustão extrema relacionada ao trabalho — passou a ser frequentemente associado a esse grupo de pessoas nascidas entre os anos de 1980 e 1996. Basicamente, por mais que se esforcem e ofereçam o melhor de si, os millennials ainda sentem que são alvo de cobranças absurdas (de terceiros e deles mesmos), que causam impactos negativos que vão além do ambiente profissional. Por trás do problema Horas de trabalho mais longas, exigências cada vez maiores, cobrança de performance surreal no emprego e salários estagnados são alguns dos aspectos que fizeram com que a geração do milênio apresentasse taxas mais altas de burnout do que outras gerações. Para muitos deles, o tipo de emprego que possuem desempenha um papel significativo na saúde mental. Por isso, não é raro encontrar millennials que chegaram ao ponto de pedir demissão por questões mentais. Por outro lado, mesmo considerando que uma parte significativa dessas pessoas não tenha recursos para pagar um tratamento adequado e não contam com a compreensão dos seus locais de trabalho, eles se mostram mais a vontade em buscar ajuda e fazer terapia em comparação com as gerações anteriores. Outro fator de peso para o esgotamento desse grupo envolve a pressão por resultados. É nesse cenário que fica mais fácil notar que os millennials em cargos de gerência são os mais propensos a desenvolver algum distúrbio mental. Muitas vezes, essas funções de importância para o funcionamento das empresas são ocupadas por pessoas jovens e, boa parte delas, foi promovida pela primeira vez na carreira. Como consequência, esses profissionais anseiam por mostrar que são capazes e desafiam a si mesmos na busca por um lugar de destaque e, normalmente, isso seria algo positivo. Todavia, ao ocuparem postos intermediários, os millennials são obrigados a assumir responsabilidades além das exigidas para o cargo. Sem contar que nos casos em que são forçados a assumir o erro cometido por funcionários subordinados, lidando diretamente com a pressão dos superiores. Maneiras pelas quais a doença mental afeta a geração milenar Alguns dos pontos mais importantes nesse contexto, segundo pesquisas na área são: – O estresse financeiro não apenas contribui para a piora da saúde mental, como também significa que nem todos da geração do milênio podem procurar por ajuda especializada. – Os millennials têm menos probabilidades de conseguir apoio social em comparação a outras gerações. Isso acontece porque tendem a se casar mais tarde e não são propensos a fazerem parte de comunidades políticas e religiosas, por exemplo. Além disso, nem sempre encontram alguém para compartilhar o peso de seu esgotamento. – O desgaste mental da geração do milênio pode ser observado dentro e fora do ambiente de trabalho. – Em nível global, esses profissionais afirmam que a discriminação envolvendo doenças mentais é mais intensa e recorrente que outros tipos de preconceito no ambiente de trabalho. – Metade dos millennials já largou o emprego em algum momento por questões de saúde mental. Para piorar a situação, uma pesquisa conduzida pela empresa de recursos humanos Paychex, apontou que mais da metade dos profissionais entrevistados afirmaram que seus empregos são a razão para problemas na saúde mental. Cerca de 56% dos funcionários disseram que os benefícios de saúde mental oferecidos pelas empresas são razoáveis ou ruins. Além disso, 45% dos supervisores nunca receberam nenhum treinamento sobre saúde mental. A situação é tão grave que o Fórum Econômico Mundial chegou a reunir especialistas na área para desenvolver um conjunto de ferramentas práticas para ajudar organizações a lidar com a saúde mental dos seus funcionários. Uma das observações mais importantes feitas pelos especialistas é que toda empresa deveria ter líderes cientes e treinados para lidar com questões como essa. Via | Megacurioso
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