Nesta semana, a Cooperativa de Mineradores e Garimpeiros da Região de Aripuanã (Coopemiga), interior de Mato Grosso, comemora dois anos de fundação. Criada no dia 6 de dezembro de 2019, a Coopemiga foi constituída após a realização de uma operação policial, que resultou na morte de um garimpeiro. Com isso, a classe garimpeira se uniu para atuar na legalidade e garantir o sustento de suas famílias. “Na dor, criamos forças e decidimos nos unir, pois trabalhando de forma ilegal corríamos o risco de perder o pouco que tínhamos e até a vida. Reunimos todos os garimpeiros e, com o apoio da comunidade, do comércio local e de entidades governamentais, conseguimos legalizar a área do garimpo da Serra, conquistando o direito de mineralizar de forma lícita”, conta o presidente da Coopemiga, Antônio Vieira da Silva. O primeiro passo foi obter as licenças para o funcionamento da cooperativa. Aos poucos, foi sendo criada a Vila Garimpeira, local onde hoje reside muitos garimpeiros e suas famílias. “Nos tornamos exemplos de cooperativismo pelo modelo de trabalho e organização. Conseguimos, por meio da cooperativa, dar dignidade aos cooperados, que hoje são donos do próprio negócio”, destaca ele. Atualmente, existem cerca de 1.800 cooperados de todas as partes do país trabalhando no garimpo. José Mário de Oliveira Teodoro, garimpeiro há três anos, nasceu em Campo Grande (MS) e é cooperado da Coopemiga desde o início. Para ele, atuar na legalidade fez com que os garimpeiros tivessem mais confiança para investir no trabalho. “Não temos mais medo de perder o material e o ouro que conquistamos, pois a cooperativa nos dá segurança para trabalhar. É muito difícil ver todas as nossas conquistas serem dizimadas do dia pra noite. Agora, podemos fazer qualquer investimento com a certeza de que não será perdido. Nesses dois anos de cooperativa, só tenho a agradecer. Acredito muito no futuro da Coopemiga”, garante ele. Hoje, os cooperados têm acesso à energia elétrica, internet, transporte escolar e comércio dentro da Vila Garimpeira. “Também fizemos estradas, construímos os moinhos necessários pra o garimpo e garantimos o início da comercialização do ouro como ativo financeiro”, explica o presidente. Além disso, a cooperativa conseguiu reduzir consideravelmente o número de casos de malária no garimpo devido aos trabalhos realizados pelo Posto de Coleta e Diagnóstico Microscópio da Malária, localizado na Vila Garimpeira para realizar exames nos cooperados. “Estamos conseguindo a cada mês, reduzir o número de casos. Isso é resultado de muito esforço para combater essa doença, principalmente de forma preventiva, orientando os moradores da vila e trabalhadores que atuam no garimpo e na região do Baixão”, explicou o presidente. Outro destaque importante nesses dois anos da cooperativa é a redução da criminalidade. O delegado da Polícia Civil que atua em Aripuanã, Phelipe de Paula da Silva Pinho, esteve recentemente no garimpo e revelou que com a criação da cooperativa, constatou-se a diminuição de crimes violentos. “Me surpreendi positivamente com o modelo de cooperativismo que desenvolveram aqui. O que vemos é o oposto de um garimpo ilegal, onde temos casos de muita violência. Isso demonstra que o cooperativismo tem poder e pode mudar vidas”, destacou.

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Para o presidente, as ações não param. “Ainda há muito a ser feito. Estamos atuando para melhorar as condições de trabalho, garantir a pavimentação da vila até o garimpo, energia elétrica para as atividades noturnas e, em breve, iremos implementar um projeto de viveiro para garantir a redução dos impactos ambientais. Nos sentimos honrados em fazer parte do desenvolvimento mineral do país e acreditamos que juntos podemos galgar conquistas ainda maiores”.
Via | Assessoria
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