O primeiro a sair de linha será o Voyage. Inicialmente, sua produção seria encerrada em 2021, mas o sedã compacto ganhou sobrevida até o final de 2022. Este não será o primeiro adeus do Voyage. A primeira geração foi produzida de 1981 a 1996, sendo substituída pelo Polo Classic. O Voyage voltou em 2008, em sua segunda geração, baseado na terceira geração do Gol.
Atualmente, o Volkswagen Voyage é vendido em duas versões: 1.0 flex de 84 cv por R$ 78.490 e 1.6 flex de 104 cv por R$ 83.800. O carro ainda vende bem – em outubro obteve sua melhor venda do ano com 2.968 emplacamentos. No ano, acumula 21.167 vendas. Seu mercado, entretanto, ficou restrito às vendas diretas (98% de seu total), para motoristas de aplicativos e outras pequenas atividades empresariais.
O Gol será produzido até o primeiro trimestre de 2023. O Volkswagen Gol é o veículo de maior sucesso da história da indústria automobilística brasileira. Superou até mesmo o VW Sedan (Fusca) e se aproxima dos 9 milhões de unidades produzidas. O Gol tem 41 anos de mercado e ainda é o segundo carro mais vendido da Volkswagen, perdendo para o moderno SUV T-Cross por cerca de 500 unidades – 52.456 para o T-Cross e 51.921 para o Gol.
O Volkswagen Gol está na terceira geração (2008), mas, devido a vários facelifts, o carro atual é conhecido como Gol G7 (2016). O Gol usa os mesmos motores do Voyage e é vendido em apenas duas versões: 1.0 por R$ 67.790 e 1.6 por R$ 75.250. Porém, a partir de 2022, o Gol e o Voyage ficarão apenas com o motor 1.0 em linha, para que a Volks reduza sua média de emissões. O Gol 1.6 emite 110 g/km de CO2, contra 98 g/km do Gol 1.0.
O Gol também tem grande parte de seu público atual nas vendas diretas, mas nem tanto como o Voyage. Em outubro, 3.740 vendas foram diretas e 1.299 foram no varejo, o que dá uma alta proporção de 74% para as vendas diretas – especialmente motoristas de aplicativo.
Gol pode sobreviver em outro formato Para o lugar do Gol, a Volkswagen já anunciou um novo modelo: Polo Track. O carro será o primeiro da nova família de modelos compactos na plataforma modular MQB que será implantada na fábrica de Taubaté (SP). O processo de substituição dos modelos será um pouco mais lento do que estava previsto porque até o final de 2022 a indústria automobilística terá de conviver com a escassez de semicondutores.
Como a nova família de carros prevê quatro modelos, restam três. Não faz sentido para a Volkswagen criar dois hatches no segmento de entrada, por isso não há espaço para o Gol. Alguns analistas do mercado chegaram a levantar a hipótese de que o nome Polo Track seja apenas um despiste da Volkswagen, que no final acabaria optando por manter o nome Gol, mas essa hipótese é rechaçada pela grande maioria dos especialistas.
Portanto, a única chance de sobrevivência do Gol seria apenas pelo reaproveitamento do nome num CUV (crossover urbano) do segmento B, algo como um Renault Kwid de 4 metros com o nome Gol. Segundo o site Autos Segredos, especializado nesse tipo de cobertura, o Gol sobreviverá no “Projeto VW 246 que tem previsão de lançamento para janeiro de 2024”.
Se haverá um Polo Track, poderia haver também um Nivus Track ou um Polo Classic (resgatando o nome do passado). Mas também há rumores de que a Volkswagen poderá abandonar o segmento de sedãs pequenos (pois já tem o Virtus) e apostar em duas picapes – a nova Saveiro para o segmento B (competindo com a Fiat Strada) e a Tarok, feita na Argentina, para o segmento B+, competindo diretamente com a Fiat Toro.