Internado com um quadro grave da Covid-19, o ator e diretor Paulo Gustavo iniciou na sexta-feira o tratamento por ECMO, sigla em inglês para “oxigenação por membrana extracorporal”.
Em entrevista à CNN, a cardiologista e intensivista Ludhmilla Hajjar afirma que a estrutura funciona como um “pulmão artificial” e é utilizada quando a respiração mecânica já não é mais suficiente para proporcionar uma boa oxigenação ao paciente, o que explica a sua utilização em casos de Covid-19 como o do artista. “É uma técnica utilizada há décadas, quando o paciente tinha pneumonia muito grave a ponto dos respiradores artificiais não serem suficientes para obterem oxigenação adequada do organismo”, disse a cardiologista. De acordo com a Hajjar, os principais objetivos da ECMO são “oxigenar o organismo, eliminar o gás carbônico e propiciar um repouso do pulmão doente”. “Propicia que o próprio organismo e os medicamentos administrados façam o equilíbrio necessário para a recuperação do pulmão.”
Aparelho da terapia ECMO
Aparelho da terapia ECMO
Foto: Conselho Regional de Biomedicina da 5ª Região/Divulgação
Apesar de ressaltar que a técnica pode ser utilizada por um período prolongado, de até 25 dias, e que várias pessoas ao redor do mundo foram salvas pelo tratamento, a médica pondera que esta é uma alternativa custosa para combater à Covid-19 e portanto inacessível a parte considerável da população. “Infelizmente, muitas pessoas como ele não tem chance de ser tratadas em uma ótima estrutura e ter a ECMO. É um dispositivo relativamente caro, custa em torno de R$ 30 mil. Não se consegue fazer hoje em alta escala no SUS.” Outro ponto abordado pela intensivista é a complexidade da tecnologia. “Não é indicado para todos”, disse. “Não é um procedimento sem efeito colateral, é preciso ponderar se o benefício é maior que o risco ao paciente.”
Via | CNN
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