Se você manusear alguns dos equipamentos eletroeletrônicos que você tem na sua própria casa ou no seu local de trabalho/estudo para análise, logo vai observar que ele (ou ela) veio com um manual e um controle remoto. Como raramente os brasileiros e as brasileiras leem o primeiro, vamos nos concentrar no segundo item: o remote control, que é como o chamamos na língua inglesa.

Eu digo isso porque eu mesmo já fiz tal pesquisa e fiquei levemente surpreso com o número de palavras do idioma bretão que aparecem nesses dispositivos usados para controlar máquinas ou aparelhos tão distintos quanto televisores, ares-condicionados, portões elétricos, vídeogames, drones e miniaturas de aviões, carros e lanchas (modelismo), por exemplo. Aqui, para efeito de comprovação, vou citar apenas três desses dispositivos portáteis.

O primeiro é o controle de um aparelho de TV Philips. Nele, as teclas trazem as seguintes palavras da língua inglesa (em ordem alfabética): adjust, exit, format, info, list, options e source, além de ch- e ch+ (indicando a abreviação da palavra ‘channel’). O segundo item é o controle de um Blu-ray Disc Player da empresa sul-coreana LG (iniciais para Lucky Goldstar e, posteriormente, Life’s Good). Nele, aparecem as seguintes English words: back, clear, close, disc, enter, home, info, input, menu, open, pause, play, pop-up, power, repeat, scan, skip, stop, subtitle, title, além das iniciais R, G, Y e B (indicando as iniciais das cores red, green, yellow e blue – a color exata de cada uma das teclas em questão). Por fim, temos o controle universal de um ar-condicionado, em que aparecem as seguintes palavras: cool, digital, enter, fan, for, mode, model, off, on, quick, remote, search, set, suit, swing, timer e universal, além das construções A/C, temp e dir (indicando as palavras air-conditioner, temperature e direction, respectivamente).

Listadas assim, essas palavras poderiam facilmente fazer parte de um glossário a ser priorizado tanto dentro quanto fora da sala de aula, servindo inclusive de mote para diversos focos linguísticos como ortografia, pronúncia e elaboração de frases ou definições na língua de Shakespeare. Outra possibilidade seria a ampliação desse vocabulário comum nos controles remotos de outras marcas e modelos, bem como de outros tipos de aparelhos eletroeletrônicos disponíveis no mercado, a fim de (se possível) montar um livreto físico ou virtual com o material final que porventura venha a ser coligido.

Como se vê, os remote controls podem servir de fonte de pesquisa e subsequente ensino/aprendizado para professores/alunos brasileiros de língua inglesa de todas as idades que estejam interessados em perceber o quanto o idioma bretão faz parte de nossas vidas, mesmo que nós estejamos alheios a tudo isso, com a cabeça no mundo da lua ou em outro universo – virtual, talvez. Às vezes, em meio às loucuras do mundo moderno, totalmente fora de sintonia, ou de controle…

Fonte | Jerry Mill – Mestre em Estudos de Linguagem (UFMT), presidente da Associação Livre de Cultura Anglo-Americana (ALCAA), membro-fundador da ARL (Academia Rondonopolitana de Letras), associado honorário do Rotary Club de Rondonópolis e autor do livro Inglês de Fachada

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