Tipos de gordura são diferentes e as quantidades consideradas saudáveis também

Hambúrguer, salmão e leite. Talvez você não saiba, mas o que esses alimentos têm em comum, é a gordura. Daí você se pergunta, por que os nutricionistas e cardiologistas indicam o consumo de alguns e a ponderação de outros? Porque os tipos de gordura são diferentes e as quantidades consideradas saudáveis também. Em exagero, mesmo as gorduras benéficas para a saúde podem fazer mal.

Existem três tipos de gorduras: a saturada, insaturada (ambas contribuem para o organismo) e a trans, aquela que os especialistas abominam, como explica o nutricionista Matheus Motta. “A gordura trans pode ser encontrada de forma mínima em alimentos de origem animal, mas também é produzida pela indústria de alimentos ultraprocessados e vem disfarçada, com o nome gordura parcialmente hidrogenada. O consumo desse tipo de gordura não traz benefícios ao organismo, diminui o colesterol bom, além de aumentar o ruim”.

Foto: Divulgação

Para se ter uma noção do perigo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que em uma dieta de duas mil calorias, o consumo seguro dessa gordura é de apenas 1%. Em comparação, a quantidade indicada pelo mesmo órgão para a ingestão das saturadas é de 10%, enquanto que para a insaturada, a porcentagem é maior. “A insaturada, na verdade, se divide em dois subtipos, a monoinsaturada e a poli-insaturada. A quantidade de monoinsaturada indicada para consumo é maior que o segundo subtipo”, disse o nutricionista.

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No final, é tudo gordura?

Sim e não. “As insaturadas podem ser benéficas ao organismo desde que sejam consumidas com moderação. Dentro da classificação poli-insaturada, nós encontramos os ômegas 3 e 6. O primeiro tem ação anti-inflamatória, já o segundo pode provocar a inflamação”, explica Matheus. “Por isso é tão importante ter parcimônia na quantidade”. O ômega 9, por sua vez, fica abaixo do guarda-chuva da monoinsaturada e é considerado pelos cardiologistas como um protetor cardiovascular.

Se as insaturadas são consideradas boas e as trans péssimas, as do tipo saturadas ficam no meio termo. Há quem diga que elas são um mal necessário. “Esse tipo de gordura contribui para o aumento do colesterol ruim, o LDL, prejudicial à saúde porque se deposita nas artérias e pode contribuir para o agravamento das doenças cardiovasculares”, pondera Matheus.

Apesar dos riscos da ingestão excessiva de fontes de gorduras boas, o nutricionista explica que “o consumo de gorduras saudáveis em quantidades ideais traz muitos benefícios para a saúde, pois é crucial para o sistema nervoso, além de melhorar a absorção de vitaminas como A,D E e K e proteger contra doenças cardíacas.”

Direto da fonte

É possível encontrar os três tipos de gordura em inúmeros alimentos, então não tem desculpa para deixar de consumi-las:

Saturada: Carnes vermelhas (contrafilé) e brancas (sobrecoxa de frango), leite integral e derivados (requeijão e mussarela), e óleos ( de coco e de palma).

Monoinsaturada: Abacate, oleaginosas (amendoim, gergelim e amêndoas) e azeites.

Poliinsaturada: Peixes de água fria (sardinha e salmão), óleos (de soja), oleaginosas (nozes, castanha do pará), sementes como a de linhaça.

Por isso, o equilíbrio na alimentação é tão importante. “Quando simplesmente cortamos um grupo alimentar, seja para perder ou manter o peso, estamos abrindo mão de uma variedade de alimentos que são verdadeiras fontes de nutrientes, vitaminas, minerais, gorduras essenciais ao bom funcionamento e manutenção do organismo. Isso não é necessário, tampouco indicado, principalmente se o objetivo for melhorar os hábitos alimentares e mudar o estilo de vida. É preciso focar na reeducação do consumo dos grupos alimentares, inclusive das gorduras”, complementa Matheus.

Fonte | FV

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