Jovens precisam desenvolver a capacidade de tomar decisão e ter responsabilidade para conseguir um lugar no mercado de trabalho

“Pais helicópteros” são aqueles que ficam rodeando os filhos todo o tempo e ultrapassam os limites da delicada linha que separa a educação da proteção.

O resultado é que esses pais superprotetores estão criando uma geração insegura, despreparada para os desafios da vida real e os reflexos podem ser sentidos no mercado de trabalho.

Vivemos um paradoxo. De um lado, pais investindo ao máximo na formação dos filhos — que estão, cada vez mais, com a agenda lotada de cursos e atividades extras. De outro, filhos sem autonomia e que não sabem lidar com frustrações. “A criança deve ser educada para saber fazer suas escolhas e, ao mesmo tempo, saber ouvir não e ter limites”, explica Beatriz Campos, psicóloga da Televita, plataforma de saúde digital.

Um dos impactos desse tipo de educação para os jovens é a dificuldade de relacionamento no ambiente de trabalho. “Essa dependência gera dificuldades no momento de tomar decisões ou mesmo saber ouvir críticas”, avalia Beatriz.

Karin Kenzler, psicóloga e orientadora educacional do Colégio Humboldt, a educação para o mercado de trabalho começa na infância. “É deixar a criança fazer algo sozinha, mesmo que demore ou faça bagunça. Com isso, os adultos transmitem a ideia de que ela, a criança, é capaz.”

O filho esqueceu a tarefa em casa? Não leve correndo para a escola. “Faz parte da vida lidar com as frustrações, aprendemos com as tentativas e com os erros,” diz Karin. O mesmo vale para os adolescentes, que precisam ter responsabilidade e aprender a pensar sozinhos.

Nesta fase, cabe aos pais ter paciência e muito diálogo. “Eles estão na fase de desenvolver opinião própria e a refletir sobre suas atitudes, a família deve ensiná-los a ponderar e a argumentar”, explica. “Melhor que seu filho diga que não foi a festa porque precisa acordar cedo no dia seguinte a dizer que não foi porque a mãe não deixou.”

Fonte | R7

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