Ouvidos apurados e corpo acordado para a ação permitem a crianças conhecerem o mundo e aprenderem conceitos e conhecimentos transmitidos no ambiente escolar. Enfocando maneiras de trabalhar a musicalidade e expressão corporal do aluno, desde março, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) realiza o curso “A Sonoridade e a Expressão Corporal como Ferramenta de Aprendizagem” para professores da educação infantil e do primeiro ciclo do ensino fundamental. Divididos em duas turmas, cerca de 120 docentes, que lecionam para crianças de cinco a seis anos, participam de encontros sobre o tema, que acontecem no Salão Ipê da Semed, quinzenalmente. A última reunião será no dia 02 de julho, quando também ocorre o encerramento da capacitação.

Analisar a aplicação das artes na educação infantil para crianças entre cinco e seis anos, refletir sobre a importância da sonoridade e da expressão corporal como veículos de aprendizagem da leitura e da escrita, reforçar o papel da atividade artística no processo de construção da linguagem e representação da criança são alguns objetivos do curso.

Purpurinas, lantejoulas, papéis sulfite, caixas de pizza, latas de leite, vidrinhos plásticos de remédio, pincéis e tinta acrílica foram alguns materiais usados pelos professores para confeccionarem instrumentos musicais não convencionais. “Com esses objetos, criamos chocalhos, percussão e reco-reco, por exemplo, e testamos suas sonoridades. Ficamos com os que fazem o som que mais nos agrada”, revela uma das ministrantes do curso, a professora-formadora da Semed Célia Azevedo, que tem formação em artes com habilitação em música.

Ritmo, melodia e harmonia são elementos a serem concebidos em sala de aula, posteriormente, pelos participantes, ao aplicarem o conhecimento apreendido durante a formação. Além da sonoridade, a dramaticidade é outra habilidade a ser estimulada nos alunos. “Essas duas aptidões garantem à criança uma boa aprendizagem no ensino fundamental e também permitem uma ponte entre o lúdico e o intelectual, criando uma continuidade no aprendizado durante a alfabetização, quando passamos a trabalhar não apenas com brincadeiras, mas também com a cognição do estudante para transmitir conceitos”, afiança Célia.

Professor-formador responsável pelas noções de expressão corporal da capacitação, Joelson Santos, que também é ator, ressalta a importância da consciência do movimento como linguagem. “A expressão corporal é inerente à comunicação humana. Ela vem, inclusive, antes das palavras. O próprio bebê, faz suas sinalizações com grunhidos e expressões corporais. Assim, é necessário ao professor saber identificar a linguagem corporal dos alunos, porque ela não esconde o que se passa com ele. E também desenvolver neles o domínio dessa comunicação, que é um canal para se fazer compreender e passar informações. Então, toda a capacitação é pensada de forma que o professor possa aplicar esses conhecimentos de forma lúdica durante a transição da educação infantil para o ensino fundamental”, observa Joelson.

Para Julio Cezar Coelho, gerente do Departamento de Formação Profissional da Semed, é preciso levar a arte à escola com música, poesia, cantos e cantigas de roda, incentivando a criatividade e a imaginação dos pequenos. Afinal, segundo ele, é por meio da arte que a história e a cultura são perpetuadas.

Fonte | Assessoria
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