O juiz Pedro Flory Diniz, da Terceira Vara de Juara (a 700 km de Cuiabá), manteve a prisão do produtor rural Paulo Faruk de Moraes, suspeito de assassinar a tiros o engenheiro agrônomo Silas Henrique Palmieri Maia, 33 anos. Faruk poderá ter direito à cela especial sob argumento de que foi jurado no conselho de sentença da comarca de Nova Mutum, entre os anos de 2006 e 2009.

O homicídio foi praticado no distrito de Novo Paraná, em Porto dos Gaúchos (a 640 km de Cuiabá), na tarde da última segunda (18)Silas estava sentado em uma lanchonete, junto com um amigo, quando o produtor rural se aproximou e efetuou disparos contra a vítima.

Câmeras de segurança do estabelecimento flagraram o momento em que o fazendeiro assassinou o engenheiro. Desde o homicídio, Faruk era considerado foragido. Ele se apresentou à Polícia Civil de Juara na manhã desta quinta (21). Foi preso, pois é alvo de um mandado de prisão preventiva desde a data do crime. Apesar de ter feito disparos à queima-roupa, contra a cabeça da vítima, Faruk disse à polícia que não desejava assassinar Silas.

No período da tarde, o produtor rural passou pela audiência de custódia. No procedimento, a defesa de Faruk pediu que o réu tivesse direito a cela especial, por ter sido jurado na comarca de Nova Mutum.

O juiz Pedro Flory considerou plausível o pedido da defesa. Desta forma, pediu, com extrema urgência, que a comarca de Nova Mutum encaminhe atestado para comprovar se o produtor rural realmente foi jurado em conselho de sentença.

“Oficie-se com urgência requisitando tal informação o no prazo máximo de 48 horas”, assinalou o magistrado. O pedido da defesa do produtor rural deverá ser encaminhado ao Ministério Público Estadual, para que o órgão se manifeste sobre o caso.

De acordo com a Justiça, a cela especial, caso o pedido seja acolhido, pode ser em um presídio no interior do Estado, onde ele poderá ficar em um local separado dos demais presos, ou no Centro de Custódia de Cuiabá (CCC), que possui uma área destinada a celas especiais.

Enquanto não há uma resposta para o pedido do réu, o magistrado determinou que Faruk permaneça em cela afastado dos outros presos – em presídio no interior do Estado, cuja localização não foi divulgada -, até a avaliação do pedido de cela especial.

Faruk responderá por homicídio duplamente qualificado, motivo fútil, recurso que dificultou ou impediu a defesa da vítima e porte ilegal de arma de fogo.

Produtor rural disse que não teve intenção de matar

Em depoimento ao delegado Carlos Henrique Engelmann, responsável pelo caso, Faruk disse que estava se sentindo incomodado com a presença da vítima na fazenda dele. Conforme testemunhas, Silas estava no local em razão de um acordo que havia feito com Faruk: o engenheiro vendeu insumos agrícolas, da empresa em que trabalhava, e o produtor pagaria em grãos.

Supostamente, por temor de levar calote, Silas teria ficado à espera da colheita no local. Faruk confirmou ao delegado que Silas, por meio da empresa da qual era representante, tinha financiado o custeio da lavoura e agora, época de colheita, foi à propriedade para fiscalizar as plantações e cobrar a parte dele, para que a soja não fosse vendida.

Diante do incômodo, o produtor rural cometeu o crime. Porém, ele afirmou que não desejava matar o engenheiro.

Fonte | RD News
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