Presidente eleito diz ter feito mais de um empréstimo a Fabrício Queiroz, alvo de investigação do MP. “Quem nunca fez um negócio como esse com um amigo?”

Em sua última entrevista divulgada antes da posse, o presidente Jair Bolsonaro disse ter feito mais de um empréstimo a Fabrício Queiroz, ex-assessor de seu filho Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, e que não cobrou juros pelas quantias.

Ao Jornal da Record desta segunda (31), ele disse que Queiroz nunca foi um laranja. “Aquela desconfiança de ‘é o caixa dois, o laranja’ – de mim, ele nunca foi”.

Sobre as movimentações atípicas na conta bancária de Queiroz, alvo de investigação do Ministério Público, Bolsonaro explicou que o ex-assessor é muito próximo de seu filho e reforçou que o dinheiro depositado na conta de sua mulher, Michelle Bolsonaro, era de um empréstimo antigo, uma dívida de Queiroz com Bolsonaro.

“Há seis, sete, oito anos atrás também chegou uma dívida dele a R$ 20 mil e ele pagou em cheque para mim também. Quem nunca fez um negócio como esse com um amigo até? Foi o que foi feito. Não cobrei juros, não cobrei nada, então não devo nada, tá?”, afirmou.

Um relatório do Coaf (Conselho de Controle das Atividades Financeiras) identificou movimentações atípicas que somaram R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. O Coaf também cita um depósito de R$ 24 mil de Queiroz para conta de Michelle. O presidente questiona o relatório.

“A questão da minha esposa. Não é apenas esta vez. O Coaf fala que foram R$ 24 mil. Na verdade, foram R$ 40 mil. Foi uma dívida que foi se acumulando dele até que eu cobrei dele, e a maneira de cobrar foi o quê? Me dá um cheque”, justificou. “Não foi conta para conta.”

Sobre o seu filho, Flávio Bolsonaro, ele diz confiar na sua inocência e, que “se tiver algo mais, cabe essa explicação ao seu Fabrício Queiroz”. “Não cabe a mim”, afirmou.

‘Tirar o peso do Estado’

Também durante entrevista para a TV Record, Bolsonaro reiterou que suas primeiras medidas de governo serão desburocratizar e “tirar o peso do Estado daquele que produz”, assim como adotar medidas para que impostos sejam revertidos em bem-estar para a sociedade.

Ele também afirmou que vai adotar ações que combatam a corrupção e a ineficiência do Estado. “Vamos impor uma política completamente diferente da que foi imposta”, disse. “Queremos fazer com que o imposto do trabalhador seja revertido, sim, para o bem-estar da nossa nação.”

O presidente ainda disse que tem total confiança em seus 22 ministros que serão empossados nesta terça.

“Eu falei para todos os ministros: ‘Eu confio em cada um de vocês’. Eles [os ministros] têm carta branca para nomear do seu secretário executivo ao mais humilde funcionário daquele ministério. Nem eu tenho poder para indicar. São pessoas responsáveis que têm tudo para dar certo. Se não der certo, a gente faz a troca mais na frente, paciência.”

Fonte | Huffpost Brasil com Agência Brasil

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