Hoje é domingo, 28 de outubro. Dia de eleição, de segundo turno. Hora de decidir, momento de votar. Consciente. Ciente de que a escolha de cada um de nós, no fim das contas, vai fazer a diferença. Depois, no início da noite deste dia tão especial da nossa história, finalmente saberemos quem será o 38° presidente da República Federativa do Brasil pelos próximos quatro anos. Ele, como preveem os rituais republicanos, deve ser empossado em janeiro de 2019, se não houver nenhum “imprevisto”.

Na atual circunstância, os dois candidatos que resistiram ao escrutínio das urnas no primeiro turno, no início de outubro, são um nada de tudo (ou tudo de nada), criaturas travestidas de mais do mesmo, com um pouco de excesso aqui e um muito de extremismo/artificialismo ali, com pitadas de (falso) bom mocismo e/ou (verdadeiro) exibicionismo por todos os lados. Em resumo, os dois candidatos são dois oportunistas, o ruim e o pior de dois mundos (tão previsíveis) criados pelo PT (Partido dos Trabalhadores) e pelo PSL (Partido Social Liberal), respectivamente. Entretanto, eles foram as duas opções que nos restaram nesta reta final. Fazer o quê, dear citizen?

Sinceramente, como não sou de ficar em cima do muro e votar em branco ou nulo, eu já me decidi para quem vai o meu voto. Mesmo a contragosto! E torço para que seja a melhor escolha. Não para mim, mas para nós. A maioria de nós. Pois o nosso povo precisa. O Brasil precisa de muito mais do que julga a nossa vã filosofia. A grande incógnita quanto ao nosso futuro persiste, ressalte-se, porque o perfil dos dois candidatos a presidente que estarão na urna eletrônica não ajuda muito na minha/nossa crença em dias melhores. Concorda?

Vejamos: se Fernando Haddad (55 anos) tem características contraditórias e um percurso tanto na vida pessoal quanto pública que não o qualificam para ocupar o maior cargo política da nação brasileira, Jair Messias Bolsonario (63 anos) tem características extremistas e um discurso assustador. Sua trajetória pessoal e político-militar igualmente não o qualificam para permanecer no Planalto Palace pelos próximos quatro anos. Queiramos ou não, porém, um deles vai ser o eleito, e tudo indica que o seventeen vai fazer valer a sua superioridade numérica/matemática sobre o thirteen, ao menos desta vez.

O mais intrigante é que ambos os candidatos são fenômenos partidários e mestres na arte de seduzir, mentir e fazer uso das notícias falsas (ou fake news, se preferir), mas posam de heróis da nação, embora mais pareçam santos-do-pau-oco, um arremedo de Têmis, a divindade grega que simboliza a justiça, pois eles dizem e repetem que nada sabem e (às vezes) nada viram das peripécias midiáticas que são produzidas por suas equipes ou simpatizantes, e oportunamente apresentadas no circo gigante em que a Terra Brasilis se transformou nesses últimos meses.

Para mim, que estou há anos no campo da linguagem, o fato de o nosso próximo falar ou não inglês é um fator fairly relevante, capaz de demonstrar muito do seu caráter e da sua visão de mundo, mas não unicamente decisivo quanto ao destinatário do meu voto. Se assim o fosse, Haddad seria o escolhido, afinal o seu Currículo Lattes informa que ele, referindo-se ao inglês, “compreende bem, fala bem, lê bem, escreve bem” o idioma (e o fato de ele ter morado no Canadá ajuda muito nesse sentido). Quanto a Bolsonaro, pelo pouco que se sabe dele a esse respeito, não fala inglês – o que tem sido considerado um “absurdo” por muita gente da oposição, que se esquece que nossos três últimos Brazilian presidents (Lula, Dilma e Temer) também não eram assim tão íntimos da English language. E nem precisaram, graças à capacidade de seus tradutores/intérpretes…

Sinceramente, my dear, em ordem alfabética, seja Bolsonaro ou Haddad quem vem por aí, que o Brasil sobreviva a tudo isso, apesar deles!

Fonte | Jerry Mill – Mestre em Estudos de Linguagem (UFMT), presidente da Associação Livre de Cultura Anglo-Americana (ALCAA), membro-fundador da ARL (Academia Rondonopolitana de Letras), associado honorário do Rotary Club de Rondonópolis e autor da biografia Lamartine da Nóbrega – Uma História Como Nenhuma Outra

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