Vítimas de agressão não conseguem registrar boletim de ocorrência por falta de delegacia especializada, segundo o MPE. Polícia diz que para manter delegacia em período integral é necessário aumentar equipes.

Mais de 2 mil ocorrências de agressão contra mulheres foram registradas em Mato Grosso neste ano, segundo o Ministério Público Estadual (MPE).

Um das mulheres vítimas de agressão, que pediu para não ter nome divulgado, contou que o marido havia saído de manhã para comprar alimentos, no entanto, voltou para casa apenas no final da tarde e estava bêbado.

“Ele chegou em casa por volta das 17h, completamente bêbado dizendo que ia matar a minha filha e eu”, disse.

Quando a vítima foi registrar o boletim de ocorrência, ela foi informada que o documento só poderia ser registrado na Delegacia de Defesa da Mulher, que não funciona durante os finais de semana.

Ela registrou apenas o boletim de preservação de direito, pois o companheiro havia a deixado trancada em casa.

O Ministério Público Estadual entrou com uma ação, pedindo que o estado melhore o atendimento as mulheres vítimas de violência. No Instituto Médico Legal (IML), foram constatados a falta de peritos para realizarem o exame de corpo de delito.

A defensora pública Rosana Barros explicou que é preciso uma delegacia especializada disponível para atender as mulheres 24 horas por dia.

“Precisamos desse atendimento porque os delitos contra a mulher estão aumentando cada vez mais”, contou.

A Polícia Civil explicou que para manter uma delegacia em período integral será necessário aumentar o número de delegados, escrivães e investigadores.

Em nota, a diretoria do IML informou que tem estrutura específica para o serviço e que a equipe é capacitada para um atendimento humanizado às vítimas de violência doméstica.

Fonte | G1

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