Eis um fato triste: mesmo depois de anos e anos de “estudo” (inclusive na universidade), quem se mete a querer dominar línguas (em especial as estrangeiras) no Brasil raramente atinge a sua meta inicial: ser fluente no idioma-alvo – seja na hora de falar, escrever, ouvir ou ler. Motivo: justificativas, desculpas e mentiras (esporádicas ou recorrentes) que minam talentos individuais e possibilidades coletivas, impedindo o crescimento pessoal, profissional, financeiro e cultural de cada um e de todos nós nos mais diferentes níveis.

Infelizmente, o mesmo fenômeno se repete (com mais agudeza, eu diria) em nosso estado e município (lugares em que “cultura” é sinônimo de lavoura e não de livros), às vezes com alguns agravantes. Dentre eles está uma realidade inegável: estuda-se muita teoria, vocabulário e aspectos gramaticais de forma isolada e, em contrapartida, faz-se uso esquálido na vida real do (muito) pouco que se aprendeu – o que é facilmente perceptível quando se pede para um aprendiz escrever um texto curto ou entabular um minidiálogo na língua inglesa, por exemplo.

Isso acontece porque falta prática linguística aos nossos aprendizes, principalmente no caso de jovens e adultos, que já demonstram enormes dificuldades em sala de aula e quase sempre correm das aulas de conversação ou redação como o diabo foge da cruz. A grande maioria prefere o faz-de-conta de que sabem o idioma porque conseguem traduzir uma ou outra palavra ou frase, seja em uma letra de música, na legenda de um filme ou vídeo, nas páginas de revistas ou livros, etc.

Clubes de bate-papo ou conversação como o Fisk Club, cujos frequentadores se reúnem todas as segundas (na sede da escola) e sextas-feiras (na padaria Pão Doce Pão, do Leo Rabelo), a partir das 18h, são uma oportunidade de alta qualidade e baixo custo que, surpreendentemente, mais assusta do que atrai mais membros. Motivos: insegurança, timidez e preguiça do público-alvo, dentre outras possibilidades. Acredite ou não, há quem diga até que não frequenta os encontros promovidos pela Fisk porque estuda em outra escola franqueada!

Guarde isso: uma comunidade linguística é o que eu tenho tentado criar em nossa cidade e região há muitos anos. Pode até parecer loucura da minha cabeça para alguns, mas esse há de ser um dos meus legados que eu quero deixar para esta terra e este povo. E, se você quiser participar e ajudar nessa empreitada, é só me procurar…

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