Muitas invenções são aliadas e melhoraram a vida das pessoas, mas existem casos nos quais a tecnologia trouxe novos problemas ou simplesmente se mostrou inútil

É inegável que boa parte das tecnologias desenvolvidas nos últimos anos revolucionaram nossa vida cotidiana. Mas nem tudo são smartphones. No caminho, muitas criações se mostraram inúteis ou falhas, ainda que bem intencionadas. De olho nesses pontos fora da curva, o MIT Technology Review listou as 10 piores tecnologias criadas no século 21.

A primeira delas é o Segway – aquele modelo de scooter que, pelo menos no Brasil, ficou restrito ao universo dos seguranças de shopping. Seu inventor, Dean Kamen, havia anunciado o dispositivo como algo que “transformaria cidades e o transporte”. No fim, o invento se tornou apenas uma “scooter cara que faz você parecer bobo” para o MIT.  Agora, scooters menores se tornaram mais populares, como os patinetes elétricos.

Google Glass, se tivesse sido desenvolvido por uma empresa menor, provavelmente não estaria na lista. Mas, por ser uma invenção do Google, deveria ser melhor. O objeto fez com que o usuário parecesse “elitista e invasivo”. O MIT destaca que, no caso, o produto é que apresentou falha, e não a tecnologia – uma vez que óculos de realidade aumentada estão encontrando seu público.

Apesar das boas intenções, invenções para votação eletrônica acabaram criando novos problemas – sem resolver os antigos. A criação abriu espaço para que eleições sejam mais vulneráveis a ataques hacker, segundo a publicação. Também existiram soluções que optaram pela tecnologia para tentar resolver o que, na verdade, é um problema social ou político. É o caso do One Laptop per Child, que se propôs a resolver a desigualdade na educação com um novo gadget.

O uso indiscriminado da tecnologia é um fator que preocupa o MIT – e isso acontece, às vezes, porque os regulamentos são desrespeitados. Técnicas de edição de genes como o  CRISPR podem vir a curar todo tipo de doenças no futuro, mas, no momento, não é possível saber se são seguras para uso em humanos. Por esse motivo, os CRISPR babies, criados no ano passado, faz parte da lista.

Nos casos onde a tecnologia supera a regulamentação, o data trafficking(“tráfico de dados”, em tradução do inglês) é um exemplo. Para o MIT, o compartilhamento e a remixagem dos dados das pessoas sem o seu controle ou conscientização contribuiu para minar a liberdade pessoal e a própria democracia.

Existem, também, tecnologias que foram mal aplicadas. É o caso das criptomoedas, que parecem “uma forma de um punhado de especuladores ficarem muito ricos, enquanto muitas outras pessoas acabam ficando mais pobres”, segundo o MIT. Mas o blockchain ainda pode ser transformador em outras áreas, diz a publicação.

O último caso para o MIT são as tecnologias que não têm redenção. Cigarros eletrônicos de empresas como a Juul estão tornando uma nova geração viciada em nicotina através de uma brecha que permitiu escapar das regulamentações de saúde pública. Cápsulas de café feitas de plástico tornam as manhãs um pouco mais práticas, mas produzem toneladas de resíduos difíceis de reciclar. A última invenção mencionada pelo MIT são os bastões de selfie, que foram mencionados sem comentários adicionais.

Fonte | Época Negócios
Print Friendly, PDF & Email
(Visited 1 times, 1 visits today)