Esvandir Antônio Mendes (PSB) foi assassinado a tiros dentro da caminhonete dele no dia 15 de dezembro. Crime teria sido encomendado por empresário por causa de dívida.

O delegado Edson Pick disse que irá indiciar cinco pessoas pelo assassinato do prefeito de Colniza, a 1.065 km de Cuiabá, Esvandir Antônio Mendes (PSB), de 61 anos. Quatro pessoas estão presas por suspeita de envolvimento no crime e um adolescente foi apreendido. Pick afirmou que irá concluir o inquérito ainda nesta terça-feira (26).

O prefeito de Colniza foi morto a tiros na sexta-feira (15). Na mesma ocasião, o então secretário municipal de Finanças, Admilson Ferreira dos Santos, de 41 anos, foi atingido por dois disparos. Uma força-tarefa foi montada e, no dia seguinte, Antônio Rodrigues e outros dois suspeitos foram presos pelo Grupo Armado de Resposta Rápida (Garra) da Polícia Civil. A médica e o adolescente, que teriam auxiliado na fuga dos suspeitos de execução, foram detidos no domingo (24).

Serão indiciados pelo crime o empresário Antônio Pereira Rodrigues Neto, apontado como o mandante do crime; a esposa dele, a médica Yana Fois Coelho Alvarenga; o irmão dele, um adolescente de 15 anos; e Zenilton Xavier de Almeida e Welisson Brito Silva, apontados como executores.

Prefeito de Colniza, Esvandir Mendes, conhecido como Vando Colnizatur, tinha 61 anos quando foi assassinado (Foto: Arquivo Pessoal)
Prefeito de Colniza, Esvandir Mendes, conhecido como Vando Colnizatur, tinha 61 anos quando foi assassinado (Foto: Arquivo Pessoal)

De acordo com o delegado, Antônio e Yana permaneceram calados durante os respectivos interrogatórios, enquando que Zenilton e Wellison confessaram os crimes. O adolescente também confessou ter ajudado o irmão e os comparsas a fugir da polícia, atendendo a um pedido de Antônio, mas negou que soubesse antecipadamente sobre os crimes.

Conforme o delegado, os suspeitos presos irão responder pelos crimes de homicídio qualificado pela paga ou promessa de recompensa e recurso que impossibilitou a defesa da vítima, tentativa de homicídio e associação criminosa. O adolescente responderá por ato infracional análogo aos mesmos crimes.

Suspeitos foram presos por policiais do Garra cerca de 10 horas após o crime ser cometido, na entrada de Colniza (Foto: Harlis Barbosa/Arquivo pessoal)
Suspeitos foram presos por policiais do Garra cerca de 10 horas após o crime ser cometido, na entrada de Colniza (Foto: Harlis Barbosa/Arquivo pessoal)

Prisões

Antônio Rodrigues, Zenilton Xavier e Welisson Brito foram presos em flagranteno dia 16 de dezembro, em uma estrada entre os municípios de Juruena e Castanheira (880 e 735 km a Noroeste da capital).

A esposa do suspeito é médica e teve o mandado de prisão cumprido dentor do Hospital Municipal de Colniza O adolescente, por sua vez, teve o mandado de internação, de 45 dias, cumprido em um posto de combustível da família, durante buscas da Polícia Civil no local. O delegado afirmou que deve pedir a conversão da prisão temporária da médica em prisão preventiva. Já o menor de idade deve ser transferido para Cuiabá.

O crime

As investigações apontam que o prefeito conduzia uma caminhonete preta e estava acompanhado do secretário de Finanças, sendo interceptado pelos suspeitos a cerca de 7 km da entrada da cidade.

Os executores efetuaram vários disparos contra o prefeito, que ainda conseguiu dirigir, mas morreu já no perímetro urbano da BR-174. Dois disparos feriram a perna esquerda e as costas do secretário, sendo um na perna esquerda e outro nas costas. Ele ficou internado e recebeu alta, mas decidiu ir embora de Colniza após o crime.

Antônio Pereira Rodrigues Neto é empresário em Colniza do ramo de rede de combustível e táxi aéreo. Segundo as investigações, ele contratou Zenilton e Wellison no Pará para executar o crime, motivado por cobrança de dívida. Apontado como o mandante, Antônio também participou da execução do prefeito. Segundo o delegado, a médica tinha conhecimento do crime e acobertou a ação do marido.

Antônio, Zenilton, e Welisson fugiam em um Uno cinza quando foram abordados, a cerca de 20 km após Castanheira, a 780 km de Cuiabá, por uma viatura da Garra. Dentro do automóvel, os policiais apreenderam R$ 60 mil, em espécie. O dinheiro estava em um pacote, sendo um montante de R$ 50 mil e outros dois volumes de R$ 10 mil.

Segundo o delegado Caio Fernando Álvares de Albuquerque, que auxiliou nas investigações, o dinheiro encontrado no carro pertencia a Antônio Rodrigues.

De acordo com os presos, foram usadas quatro armas de fogo no crime, mas somente um revólver calibre 38 e um fuzil 22, com numeração raspada, foram encontrados pela PM dentro de uma bolsa deixada no mato.

As armas estavam a cerca de 15 km de Colniza, localidade onde também foi abandonada a caminhonete da ação criminosa. Duas pistolas, que segundo as informações levantadas, também foram usadas no crime, teriam sido jogadas dentro de um rio. O Corpo de Bombeiros foi acionado para efetuar buscas a fim de localizá-las.

Fonte | G1

Print Friendly, PDF & Email
(Visited 1 times, 1 visits today)