PF faz investigação sigilosa sobre desvio de recursos na AL para compra de vaga no TCE

PF faz investigação sigilosa sobre desvio de recursos na AL para compra de vaga no TCE

Raquel Dodge explica que recursos do Legislativo deram suporte a esquema

A procuradora-geral da República (PGR), Raquel Dodge, revelou a existência de um inquérito, instaurado em 2017, na Polícia Federal para apurar os desvios praticados na Assembleia Legislativa, cujo objetivo era pagar a compra de vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE) para o conselheiro afastado Sérgio Ricardo. Até agora, não era de conhecimento público que a PF havia instaurado inquérito para apurar o caso de forma isolada.

A informação consta em um parecer emitido pela procuradora-geral ao Supremo Tribunal Federal (STF), no último dia 26, onde ela se posiciona acerca de um pedido de Sérgio Ricardo e do ex-ministro Blairo Maggi. Por meio de um recurso de embargos de declaração, os dois políticos pedem que a ação que julga a compra da vaga seja remetida ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) e não ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), conforme decidido pela Suprema Corte.

Neste caso, os autos viriam para mãos do juiz Jefferson Schneider. “A Primeira Turma tão somente apreciou e afastou a tese da prevenção dos atuais desdobramentos da cognominada Operação Ararath com os fatos que constituíram objeto do Inquérito 3842/DF, não se podendo divisar qualquer contradição com o reconhecimento da concentração dos feitos no Juízo da 5ª Vara Federal da Seção Judiciária de Mato Grosso (Cuiabá), como o processo referente à ação penal instaurada em face dos demais envolvidos no esquema criminoso, pelos mesmos fatos objetos da denúncia encartada nestes atos) e o Inquérito 0168/2017 – SR/PF/MT que apura o próprio esquema de desvio sistemático de recursos públicos imputado ao então deputado estadual Sérgio Ricardo de Almeida e por outros pares no âmbito da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso, ao qual remonta a origem do dinheiro repassado a Alencar Soares Filho como parte do pagamento acordado para determiná-lo a solicitar a sua aposentadoria”, diz trecho da fundamentação de Dodge.

O “novo” deve apurar detalhes dos desvios praticados na Assembleia, cuja confirmação já foi feita pelo ex-presidente da Casa, José Geraldo Riva, em depoimento à Justiça de Mato Grosso, em março de 2017, no julgamento dos crimes apurados pela Operação Imperador, que apurou o desvio de R$ 62 milhões do Parlamento. Na oportunidade, Riva afirmou que o ano de 2009 foi praticamente todo voltado a desviar recursos do Parlamento para pagar a cadeira do conselheiro do TCE Alencar Soares, hoje aposentado, que teria custado R$ 15 milhões.

Segundo Riva, R$ 2,5 milhões desviado por meio do esquema descoberto pela Operação Imperador foram utilizados na compra da vaga de Alencar para Sérgio Ricardo. Apesar de a posse ter sido realizada apenas em maio de 2012, as articulações pela suposta venda de vaga em benefício de Sérgio Ricardo, segundo Riva, se iniciaram em 2009.

Fonte | Folhamax

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