Senador mato-grossense destacou a necessidade de acelerar obras de infraestrutura para reduzir custos logísticos
Mato Grosso corre sérios riscos de perda de competitividade e redução na rentabilidade do agronegócio por causa do ‘tarifaço’ de Donald Trump a produtos brasileiros. O alerta foi feito nesta terça-feira, 12, pelo senador Jayme Campos (União-MT), durante audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Regional, com a participação da ministra Simone Tebet. Ele cobrou do Governo Federal rápido detalhamento das medidas de contingência.
Jayme Campos citou dados da Secretaria de Comércio Exterior, que apontou que a taxação afeta, ao menos, metade das vendas para aquele país em 22 estados, com impacto superior a 95% em oito. Em Mato Grosso, esse impacto atinge 65% das exportações. Segundo o senador, há uma grande expectativa em torno desse plano destinado a minimizar o impacto sobre a renda e o emprego.
A ministra do Planejamento afirmou que o Governo já tem as medidas em andamento e garantiu também que os impacto no Orçamento da União serão “pequenos” comparado ao que o Governo teve durante a pandemia. Ela informou que todos os detalhes já estão com o presidente Lula e o vice Geraldo Alckmin, que devem anunciar as ações nesta quarta-feira, 13.
Além de medidas contra o “tarifaço”, o senador destacou a necessidade de acelerar obras de infraestrutura para reduzir custos logísticos e compensar parte das perdas. Citou como prioritários, a Ferrogrão, que liga Sinop até Miritituba, no Pará. Paralisada por questões judiciais, a ferrovia teve estudos retomados após autorização do Supremo Tribunal Federal. Campos afirmou que ela pode reduzir em 25% os custos de transporte em relação às rodovias.
O senador mato-grossense também mencionou os progressos da Ferrovia de Integração Centro-Oeste, a FICO, que já está entre 35% e 40% executada. Essa ferrovia vai permitir o escoamento da produção do Médio e do baixo Araguaia para a Ferrovia Norte e Sul.
A duplicação da BR-163, entre Sinop e a divisa com o sul do Pará, também precisa ser desembaraçada, segundo Jayme Campos. A rodovia que está sob concessão pública, depende de reequilíbrio contratual para ampliação dos investimentos.
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