O desejo de analista na clínica do autismo

O desejo de analista na clínica do autismo


Lacan em 24 de outubro de 1975 numa conferência em Genebra, ao abordar o assunto sobre o autismo, refere “… não pode dizer que não fala. Que o senhor tenha dificuldade para escutá-lo, para dar seu alcance ao que dizem, não impede que se trate, finalmente, de personagens de preferência verbosos.”

Como “ouvir” essas crianças que não falam?

Haveria uma psicanálise possível sendo que Freud a formulou como um tratamento pela fala?

Desde Melanie Klein, Margareth Mahler e Frances Tustin, entre outros, inclusive a pioneira em
atendimento na clínica lacaniana com autista Rosine Lefort já se preconizava um atendimento articulado com as particularidades do sujeito autista, fazendo interrogações sempre buscando algo de avanço e não um diagnóstico que se fecha em si mesmo.

A psicanálise propõe ver o autista como um sujeito, com um modo de funcionamento com objetivo específico. É isso que os autistas pedem em suas autobiografias, para serem reconhecidos como pessoas que tem um funcionamento específico, diferente de estar no mundo, estabelecer relações com as pessoas, com os objetos e interesses.

A psicanálise desde sempre, nunca esteve tão perto de um entendimento da clínica do autista como eles apontam em suas autobiografias.

A psicanálise é uma praxe de natureza ética onde o que se leva em consideração, um sujeito, como aquele capaz de falar e testemunhar do lugar que ocupa no outro. Ele é operador na prática clínica.

Por mais que pensemos em classificação diagnóstica, categoria clínica, o que prevalece na psicanálise é que o sujeito é incomparável.

A clínica psicanalítica privilegia a singularidade, é um a um.

A clínica psicanalítica é uma aposta no sujeito.

Quem está apto para a clínica psicanalítica do autismo?

Aquele que banca com o seu desejo de analista.

“Renunciando-se a todas as paixões egóicas, ao narcisismo, aos ideais terapêuticos.”

“O desejo do analista não é um desejo puro. É um desejo de obter a diferença absoluta…” (Lacan,
Seminário 11)

Via | IHANA FERNANDES
PSICANALISTA – IPA (International Psychoanalytical Association) – 2002
Escola dos Fóruns do Campo Lacaniano – 2014
Membro do Corpo Freudiano – Núcleo Dourados
Especialista em atendimento com criança e relação mãe-bebê – 1992
Pioneira em MS do método de observação da relação mãe-bebê – 1994
Especialista em “Tutoria e Planejamento em Educação à Distância” – UFMS – 2009
ihanaf@gmail.com
(67) 99983-8527

No dia 16 de março, a psicanalista Ihana Fernandes, que reside na cidade de Campo Grande – MS realiza palestra acerca do olhar da psicanálise ao autista nos tempos atuais, trazendo sua vasta experiência e escuta na clínica e explanando sobre as possibilidades do tratamento e manejo ao indivíduo a partir de leituras de grandes nomes da psicanálise. Será um evento aberto ao público desejante do saber desse lugar e interessado em ampliar seu olhar para o indivíduo que busca conquistar seu espaço único em um mundo tão enraizado de padrões.

Ihana é Psicóloga, Psicanalista reconhecida pela IPA (International Psychoanalytical Association), esteve na Escola dos Fóruns do Campo Lacaniano, Membro do Corpo Freudiano – Núcleo Dourados, Especialista em Atendimento com Criança e Relação Mãe-bebê, Pioneira em Mato Grosso do Sul do Método de Observação da Relação Mãe-bebê, Especialista em Tutoria e Planejamento em Educação à Distância.

Para fazer a inscrição, basta acessar o link, preencher os campos solicitados e efetuar o pagamento: https://www.even3.com.br/bate-papo-com-ihana-fernandes-autismo-437021/

Foto | Arquivo Pessoal

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